Gostaria de pedir desculpa pelo hiato de tempo entre este e o último post mas trabalho, exames e afins, impediram-me de aqui voltar mais cedo a este pequeno espaço. Situação que procurarei evitar no futuro, sabendo que quando este passar a presente, provavelmente acontecerá o mesmo…
Um colega de área, pediu-me para comentar as mais recentes novidades relativas à vacina contra o colo do útero e a sua introdução no Plano Nacional de Vacinação (PNV).
Sendo uma atitude meritória do nosso Governo, acho que o nosso Ministro da Saúde utilizou argumentos verdadeiramente idiotas pelo atraso na resolução. Citando o mesmo nas notícias publicadas, a decisão política sobre a vacina contra o vírus do útero só foi possível agora “porque o primeiro estudo «completamente independente» surgiu há três meses”. Ao utilizar este tipo de argumentação, Correia de Campos acaba por:
- Colocar no lixo um conjunto de mais de uma vintena estudos médico-científicos realizados na última década por especialistas internacionais sobre a eficácia da vacina;
- Subtilmente referir que, qualquer estudo patrocinado por empresas farmacêuticas tem pouca credibilidade (mesmo que os mesmos sejam avaliados por comités internacionais autónomos e controlados exaustivamente);
- Questionar a competência de governos como o Francês, Australiano, Alemão, etc. que aprovaram a comparticipação e/ou integração da vacina pouco tempo após a sua chegada ao mercado, tendo por base os resultados dos estudos científicos previamente realizados.
A grande verdade é que o nosso Governo sempre esteve à espera da chegada da segunda vacina ao nosso país para assim poder lançar um concurso público e ver qual das companhias, Sanofi ou Glaxo, poderá baixar mais o preço. No fundo, e por mais desculpas esfarrapadas que se encontrem, continua a ser tudo uma questão de dinheiro ou, neste caso, falta dele.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
O sabor da nova geração
Ao longo dos últimos anos, tenho tido o prazer de assistir ao desenvolvimento profissional de um bom número de colaboradores. Como na vida, há de tudo um pouco. Rapaziada com grande capacidade estratégica e de escrita mas desconfortáveis no contacto com jornalistas e clientes. Jovens com grande capacidade de interacção humana mas com uma visão redutora da actividade que praticam, sem aproveitar todos os ângulos de abordagem de um determinado Plano. E depois, de quando em vez, surgem “Aqueles”.
“Aqueles” incorporam numa só personalidade todas as características acima referidas e mais algumas. Velocidade de raciocínio, capacidade de improvisação, aproveitamento das oportunidades, criação de ligações fortes com aqueles que os rodeiam, criatividade latente, profissionalismo precoce. Ao olhar para “Aqueles” sabemos uma coisa: mais cedo ou mais tarde o lugar onde trabalham é curto para as suas ambições. No fundo, “Aqueles”, espelham aquilo que fomos, que gostaríamos de ser ou uma mescla dos dois.
Curiosamente e para bem das Relações Públicas, têm surgido nos últimos tempos um cada vez maior número de “Aqueles”. Julgo que para tal em muito tem contribuído um reforço na qualidade do ensino (aqui fica uma particular palavra de apreço para a Escola Superior de Comunicação Social que conheço com alguma profundidade). Temos hoje uma nova geração de técnicos que, aproveitando uma mais robusta estrutura-base (proporcionada pela formação), aprende e desenvolve mais rapidamente. É claro que, se as características intrínsecas do indivíduo estiverem pouco “aprimoradas” (responsabilidade, humildade, etc.), alguns “Aqueles” correm o risco de passar a ser os “Quem?”
“Aqueles” incorporam numa só personalidade todas as características acima referidas e mais algumas. Velocidade de raciocínio, capacidade de improvisação, aproveitamento das oportunidades, criação de ligações fortes com aqueles que os rodeiam, criatividade latente, profissionalismo precoce. Ao olhar para “Aqueles” sabemos uma coisa: mais cedo ou mais tarde o lugar onde trabalham é curto para as suas ambições. No fundo, “Aqueles”, espelham aquilo que fomos, que gostaríamos de ser ou uma mescla dos dois.
Curiosamente e para bem das Relações Públicas, têm surgido nos últimos tempos um cada vez maior número de “Aqueles”. Julgo que para tal em muito tem contribuído um reforço na qualidade do ensino (aqui fica uma particular palavra de apreço para a Escola Superior de Comunicação Social que conheço com alguma profundidade). Temos hoje uma nova geração de técnicos que, aproveitando uma mais robusta estrutura-base (proporcionada pela formação), aprende e desenvolve mais rapidamente. É claro que, se as características intrínsecas do indivíduo estiverem pouco “aprimoradas” (responsabilidade, humildade, etc.), alguns “Aqueles” correm o risco de passar a ser os “Quem?”
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
A comunicação e a Indústria Farmacêutica
Como não tive possibilidade de colocar novo post apresentanto o meu convidado desta semana, aqui está ele, puro e duro. O seu autor, João Marta, é um homem que tem mais de 25 anos dedicados à Indústria Farmacêutica, tendo passado pelo Marketing antes de se dedicar à área da Comunicação. Aqui fica o seu testemunho, para ler e reflectir.
Na semana passada atendi uma chamada telefónica de um amigo a convidar-me para pertencer à maior comunidade virtual “blogosfera”.
Aceitei o desafio e vou iniciar-me como participante esperando contribuir para um debate sério nesta área.
A ligação à Indústria Farmacêutica aconteceu há alguns anos e os mistérios que estavam e estão associados à proibição de comunicar as vantagens das terapêuticas aos consumidores nunca foram bem compreendidos. Sempre lutei e lutarei para que a informação seja uma mais valia para todos os públicos, embora com mensagens distintas.
A necessidade de obter bons resultados na zona onde trabalhava estavam associados à mensagem, à forma como era transmitida aos interlocutores e como depois chegava aos doentes.
A minha questão foi sempre de âmbito geral: como é que um médico que visitado por 3 ou mais DIM por dia pode avaliar as vantagens reais de cada terapêutica?
Este tema reflecte o nosso desafio (objectivo) porque queremos e devemos comunicar com os consumidores e todos os dias somos confrontados, neste sector, com regras punitivas. Lutamos por uma sociedade culta que entenda qual é a génese de um princípio activo, que a investigação leva cerca de 15 anos a desenvolver. Chega ao mercado depois de superar todas as barreiras de eficácia qualidade e de segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Como pode um marketeer responsável pelo produto ambicionar obter bons resultados quando lança um produto, que implica um reconhecimento da comunidade científica e uma boa adesão á terapêutica do doente, quando esse consumidor final a família e os amigos não conhecem as vantagens desse medicamento que o médico o aconselhou (obrigou) a usar durante um período de tempo?
O médico deve explicar ao seu doente os benefícios que vai obter no final desse tratamento e motivar para que cumpra escrupulosamente a posologia.
Mas será que o doente entendeu a mensagem? Se a mensagem não é transmitida com clareza os objectivos não serão atingidos. Conclusão o medicamento não é eficaz. A imagem da Indústria Farmacêutica fica diminuída. Vivemos diariamente este problema da falta de informação sobre os medicamentos, excepção feita ao apelo ao consumo dos genéricos porque são mais baratos
São os Jornalistas que escrevem sobre os efeitos secundários dos fármacos, são os consumidores que telefonam para as empresas que fabricam os produtos, mas aos farmacêuticos e aos médicos para esclarecer dúvidas.
As autoridades consideram toda e qualquer informação como publicidade incitando ao consumo por isso vivemos todos atormentados pelas coimas. Será que pensaram em disponibilizar um canal de informação 24 horas por dia para ajudar os consumidores a esclarecer dúvidas?
A comunicação desempenha um papel crucial porque educa informando os públicos das vantagens das terapêuticas, dos benefícios para a saúde e da melhoria da qualidade de vida, prevenindo gastos supérfluos de medicamentos.
Vamos continuar a nossa luta pela informação para todos, contribuindo para uma maior consciencialização do público sobre as vantagens que os medicamentos oferecem para a melhoria da qualidade de vida, contribuindo para o uso racional dos mesmos, prevenindo o desperdício.
João Marta, Consultor de Comunicação em Saúde
Na semana passada atendi uma chamada telefónica de um amigo a convidar-me para pertencer à maior comunidade virtual “blogosfera”.
Aceitei o desafio e vou iniciar-me como participante esperando contribuir para um debate sério nesta área.
A ligação à Indústria Farmacêutica aconteceu há alguns anos e os mistérios que estavam e estão associados à proibição de comunicar as vantagens das terapêuticas aos consumidores nunca foram bem compreendidos. Sempre lutei e lutarei para que a informação seja uma mais valia para todos os públicos, embora com mensagens distintas.
A necessidade de obter bons resultados na zona onde trabalhava estavam associados à mensagem, à forma como era transmitida aos interlocutores e como depois chegava aos doentes.
A minha questão foi sempre de âmbito geral: como é que um médico que visitado por 3 ou mais DIM por dia pode avaliar as vantagens reais de cada terapêutica?
Este tema reflecte o nosso desafio (objectivo) porque queremos e devemos comunicar com os consumidores e todos os dias somos confrontados, neste sector, com regras punitivas. Lutamos por uma sociedade culta que entenda qual é a génese de um princípio activo, que a investigação leva cerca de 15 anos a desenvolver. Chega ao mercado depois de superar todas as barreiras de eficácia qualidade e de segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Como pode um marketeer responsável pelo produto ambicionar obter bons resultados quando lança um produto, que implica um reconhecimento da comunidade científica e uma boa adesão á terapêutica do doente, quando esse consumidor final a família e os amigos não conhecem as vantagens desse medicamento que o médico o aconselhou (obrigou) a usar durante um período de tempo?
O médico deve explicar ao seu doente os benefícios que vai obter no final desse tratamento e motivar para que cumpra escrupulosamente a posologia.
Mas será que o doente entendeu a mensagem? Se a mensagem não é transmitida com clareza os objectivos não serão atingidos. Conclusão o medicamento não é eficaz. A imagem da Indústria Farmacêutica fica diminuída. Vivemos diariamente este problema da falta de informação sobre os medicamentos, excepção feita ao apelo ao consumo dos genéricos porque são mais baratos
São os Jornalistas que escrevem sobre os efeitos secundários dos fármacos, são os consumidores que telefonam para as empresas que fabricam os produtos, mas aos farmacêuticos e aos médicos para esclarecer dúvidas.
As autoridades consideram toda e qualquer informação como publicidade incitando ao consumo por isso vivemos todos atormentados pelas coimas. Será que pensaram em disponibilizar um canal de informação 24 horas por dia para ajudar os consumidores a esclarecer dúvidas?
A comunicação desempenha um papel crucial porque educa informando os públicos das vantagens das terapêuticas, dos benefícios para a saúde e da melhoria da qualidade de vida, prevenindo gastos supérfluos de medicamentos.
Vamos continuar a nossa luta pela informação para todos, contribuindo para uma maior consciencialização do público sobre as vantagens que os medicamentos oferecem para a melhoria da qualidade de vida, contribuindo para o uso racional dos mesmos, prevenindo o desperdício.
João Marta, Consultor de Comunicação em Saúde
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Venha mais um
Leio que a Ipsis acaba de lançar um departamento autónomo dedicado à área da Saúde. Desejo-lhes sorte. Nesta área, pelos vistos cada vez mais desejável para as agências de comunicação, o trabalho é intenso, obriga a uma atenção permanente das normas específicas e implica adaptações permanentes no discurso em função dos targets, em muitos casos, num mesmo espaço físico (médico, doente, cliente, representante das entidades governamentais).
A Gestão de Crise é algo subliminarmente sempre presente e trabalhar aos fins-de-semana uma constante (principalmente na execução de Gabinetes de Imprensa para grandes Congressos). A equipa de trabalho tem de estar totalmente motivada e gostar realmente do trabalho que desenvolve (inclusive na descodificação de conceitos médico-científicos para uma linguagem mais “leve”).
Espero que todos estes factores (e mais alguns que ficam para outras núpcias) só motivem as empresas que pretendem desenvolver actividade comunicacional na Saúde. Porque se há área na qual realmente nos damos conta da nossa sorte com a vida que levamos esta é uma delas.
A Gestão de Crise é algo subliminarmente sempre presente e trabalhar aos fins-de-semana uma constante (principalmente na execução de Gabinetes de Imprensa para grandes Congressos). A equipa de trabalho tem de estar totalmente motivada e gostar realmente do trabalho que desenvolve (inclusive na descodificação de conceitos médico-científicos para uma linguagem mais “leve”).
Espero que todos estes factores (e mais alguns que ficam para outras núpcias) só motivem as empresas que pretendem desenvolver actividade comunicacional na Saúde. Porque se há área na qual realmente nos damos conta da nossa sorte com a vida que levamos esta é uma delas.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Publicidade na Indústria Farmacêutica - Os espartilhos
“O código não deixa”…”não podemos dizer isso dessa forma”…”o departamento medico vai chumbar isso”…”se isso passa dos 25€ já sabe que não se pode fazer”…”mas o que tem isso a ver com a prática clínica”…
Quem está na área da publicidade ou gestão de marcas na indústria farmacêutica, em especial nos éticos, reconhecerá as linhas anteriores. Todos os dias somos confrontados (publicitários, gestores de produto, comunicadores) com impedimentos, imposições, restrições e outros “apertões” que espartilham ideias, propostas e acções que, por muito impacto e retorno que pudessem ter, nem vêem a luz do dia.
Mas tudo isto é relativo quando penso no que, para mim, é o verdadeiro drama: “O marasmo dos suportes”. Parece que ninguém inova, ou tem medo de dar o passo, ou está espartilhado em convenções que já não deviam existir. E lá estamos a fazer mais do mesmo: a literaturazinha ou o folderzinho, o brindezinho (o qual se poderá subdividir nas míticas categorias canetinha, bloquinho, protectorzinho de bolsinho, caixinha para cartõezinhos, entro outras categorias tão ou mais edificantes), o mailingzinho, o anúnciozinho nos sítios do costume, o passou-benzinho e o sorrizinho do DIM.
Espartilhos, digo eu. Apertam, não deixam respirar, e, apesar de poderem dar uma cintura escultural, escondem o que está por baixo.
Mas como promover a libertação dos espartilhos?
Nada mais difícil. Os nós estão demasiado apertados. Mas talvez os possamos aliviar, reduzir a pressão dos mesmos no corpo, respirar um pouco melhor e, um dia mais tarde, agarrar numa faca e cortar os cordões de vez.
As literaturas não vão deixar de existir, mas talvez deverão voltar à sua forma original: dar informações científicas relevantes sobre o produto. Só! Os brindes não vão deixar de existir, mas talvez deverão ser adequados a cada interlocutor de acordo com seus gostos e necessidades pessoais. Os anúncios vão continuar, mas deverão tomar a forma de categoria e não de produto para poder chegar a mais meios e a mais interlocutores.
Passemos a comunicar mais alertas de doença e menos produto, mais área e menos bisnaga e comprimido, mais soluções de saúde e menos comparação de preço, mais rastreio e menos visita, mais laboratório e menos marca. Mais Delegado com espírito cientifico, mais Empresa com espírito de dever social e solidariedade e mais meios alternativos de comunicação.
Apoiemos um “abaixo o espartilho”. O futuro da comunicação não se compadece com apertos.
João Damas
Director de serviço a clientes
www.addmore.pt
Quem está na área da publicidade ou gestão de marcas na indústria farmacêutica, em especial nos éticos, reconhecerá as linhas anteriores. Todos os dias somos confrontados (publicitários, gestores de produto, comunicadores) com impedimentos, imposições, restrições e outros “apertões” que espartilham ideias, propostas e acções que, por muito impacto e retorno que pudessem ter, nem vêem a luz do dia.
Mas tudo isto é relativo quando penso no que, para mim, é o verdadeiro drama: “O marasmo dos suportes”. Parece que ninguém inova, ou tem medo de dar o passo, ou está espartilhado em convenções que já não deviam existir. E lá estamos a fazer mais do mesmo: a literaturazinha ou o folderzinho, o brindezinho (o qual se poderá subdividir nas míticas categorias canetinha, bloquinho, protectorzinho de bolsinho, caixinha para cartõezinhos, entro outras categorias tão ou mais edificantes), o mailingzinho, o anúnciozinho nos sítios do costume, o passou-benzinho e o sorrizinho do DIM.
Espartilhos, digo eu. Apertam, não deixam respirar, e, apesar de poderem dar uma cintura escultural, escondem o que está por baixo.
Mas como promover a libertação dos espartilhos?
Nada mais difícil. Os nós estão demasiado apertados. Mas talvez os possamos aliviar, reduzir a pressão dos mesmos no corpo, respirar um pouco melhor e, um dia mais tarde, agarrar numa faca e cortar os cordões de vez.
As literaturas não vão deixar de existir, mas talvez deverão voltar à sua forma original: dar informações científicas relevantes sobre o produto. Só! Os brindes não vão deixar de existir, mas talvez deverão ser adequados a cada interlocutor de acordo com seus gostos e necessidades pessoais. Os anúncios vão continuar, mas deverão tomar a forma de categoria e não de produto para poder chegar a mais meios e a mais interlocutores.
Passemos a comunicar mais alertas de doença e menos produto, mais área e menos bisnaga e comprimido, mais soluções de saúde e menos comparação de preço, mais rastreio e menos visita, mais laboratório e menos marca. Mais Delegado com espírito cientifico, mais Empresa com espírito de dever social e solidariedade e mais meios alternativos de comunicação.
Apoiemos um “abaixo o espartilho”. O futuro da comunicação não se compadece com apertos.
João Damas
Director de serviço a clientes
www.addmore.pt
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
A título excepcional…ou talvez não
No âmbito desta pequena ideia que é a “Sextas-feiras com os amigos”, tenho recebido a um bom ritmo de inúmeros colegas de todos os quadrantes profissionais, pequenos textos/posts para partilhar.
Esta profícua malta, que tenho o prazer de conhecer, obrigou-me a repensar os moldes da respectiva publicação ds textos. Se inicialmente estava prevista uma actualização quinzenal, tentarei com que esta passe a ser semanal, a não ser que surjam atrasos na resposta.
Assim esta semana, mais concretamente amanhã, estará disponível para leitura um post do meu caro colega e amigo João Damas, Director de serviço a clientes da agência Addmore, dedicado ao tema das dificuldades de comunicação na área da Saúde. Espero que vos seja útil na compreensão desta complicada área.
Esta profícua malta, que tenho o prazer de conhecer, obrigou-me a repensar os moldes da respectiva publicação ds textos. Se inicialmente estava prevista uma actualização quinzenal, tentarei com que esta passe a ser semanal, a não ser que surjam atrasos na resposta.
Assim esta semana, mais concretamente amanhã, estará disponível para leitura um post do meu caro colega e amigo João Damas, Director de serviço a clientes da agência Addmore, dedicado ao tema das dificuldades de comunicação na área da Saúde. Espero que vos seja útil na compreensão desta complicada área.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Leituras para ajudar
Acabo de encomendar na Amazon o livro de Gerry McCusker, especialista australiano em Comunicação, intitulado Public Relations Disasters, Talespin: Inside Stories and Lessons Learned.
Trata-se de um livro sobre agências de comunicação, Consultores de Relações Públicas, spin doctors (tão em voga em Portugal nos dias que correm), os clientes e os media. O autor procurou analisar algumas inenarráveis práticas de Relações Públicas, através da apresentação de exemplos de projectos que não tiveram o final mais desejado. Aqui ficam algumas críticas:
‘For the younger communication executive, the book is a must’ - Brand Strategy
‘Absolutely fabulous’ - The Glaswegian
‘A fun, yes fun, book about PR disasters’ - BrandChannel
‘Sit back and let McCusker’s tales of woe and little grey commentary boxes teach you how to manage any bad day at PR central’ - The Times (London)
Promete ser uma leitura realmente pedagógica (até porque aprender também é errar) que tentarei partilhar neste espaço. Por falar em leituras, esta semana vou tentar estar presente na apresentação do novo livro do Dr. Martins Lampreia sobre Marketing e Gestão de Crise, dia 25 às 18h30 na FNAC do Chiado.
Uma figura que admiro por ter assinado o meu primeiro cheque de ordenado (na saudosa CNEP/Hill & Knowlton) e que sempre considerei estar à frente do seu tempo. Já defendia o lobbie quando muitos ainda nem sabiam o significado dessa palavra, promovia avenças em 1995 que ainda hoje poderiam ser consideradas elevadas e sempre demonstrou um lado humano forte na gestão dos seus Recursos Humanos. Vamos lá ver se consigo uma dedicatória para a colecção.
Trata-se de um livro sobre agências de comunicação, Consultores de Relações Públicas, spin doctors (tão em voga em Portugal nos dias que correm), os clientes e os media. O autor procurou analisar algumas inenarráveis práticas de Relações Públicas, através da apresentação de exemplos de projectos que não tiveram o final mais desejado. Aqui ficam algumas críticas:
‘For the younger communication executive, the book is a must’ - Brand Strategy
‘Absolutely fabulous’ - The Glaswegian
‘A fun, yes fun, book about PR disasters’ - BrandChannel
‘Sit back and let McCusker’s tales of woe and little grey commentary boxes teach you how to manage any bad day at PR central’ - The Times (London)
Promete ser uma leitura realmente pedagógica (até porque aprender também é errar) que tentarei partilhar neste espaço. Por falar em leituras, esta semana vou tentar estar presente na apresentação do novo livro do Dr. Martins Lampreia sobre Marketing e Gestão de Crise, dia 25 às 18h30 na FNAC do Chiado.
Uma figura que admiro por ter assinado o meu primeiro cheque de ordenado (na saudosa CNEP/Hill & Knowlton) e que sempre considerei estar à frente do seu tempo. Já defendia o lobbie quando muitos ainda nem sabiam o significado dessa palavra, promovia avenças em 1995 que ainda hoje poderiam ser consideradas elevadas e sempre demonstrou um lado humano forte na gestão dos seus Recursos Humanos. Vamos lá ver se consigo uma dedicatória para a colecção.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Genericamente falando
A ANF revelou este fim-de-semana que as farmácias portuguesas estão com dificuldades em comercializar mais medicamentos genéricos na medida em que já não têm mais espaço físico para os arrumar. Falta de espaço num mercado que começa a ficar demasiado carregado para um país com cerca de 10 milhões de habitantes (só a substância activa sinvastatita para o colesterol, é comercializada através de 319 medicamentos genéricos)? Sim mas não só.
Recentemente, Vasco Maria, Presidente do INFARMED, alertou para o excesso de medicamentos genéricos em algumas áreas específicas (as que mais implicam retorno imediato como o combate ao colesterol, doenças mentais, etc.) pedindo às diversas companhias maior diversificação do seu portefólio de produtos. Para as empresas nacionais mais pequenas, esta poderá ser a única opção de sobrevivência. Difícil pois as multinacionais com maior capacidade (e quase todas já estão representadas em Portugal) são mais céleres em solicitar a comercialização de marcas que perdem patente, ganhando quota de mercado sobre as outras.
E quais serão os desafios futuros para empresas a actuar nesta área? Claramente reforçar a sua imagem institucional (casos como a Generis, Farmoz são exemplos disso) promovendo uma diferenciação recordatória na mente dos seus targets. Reforçar a sua aproximação aos utentes, tomando o usual papel das empresas farmacêuticas que promovem investigação, como endorsers das associações de doentes. Promover informação credível junto dos médicos, salientando o seu papel de parceiros na área da Saúde – acentuar o duplo aspecto de empresas que comercializam tratamentos médicos mais acessíveis para bolsas menos recheadas (marketing social responsibility).
É claro que a confirmar-se os processos de bonificação usualmente praticados nas farmácias (por cada três caixas de medicamentos compradas ao laboratório segue uma de borla), estas também não têm grande margem de manobra para se queixarem da falta de espaço.
Recentemente, Vasco Maria, Presidente do INFARMED, alertou para o excesso de medicamentos genéricos em algumas áreas específicas (as que mais implicam retorno imediato como o combate ao colesterol, doenças mentais, etc.) pedindo às diversas companhias maior diversificação do seu portefólio de produtos. Para as empresas nacionais mais pequenas, esta poderá ser a única opção de sobrevivência. Difícil pois as multinacionais com maior capacidade (e quase todas já estão representadas em Portugal) são mais céleres em solicitar a comercialização de marcas que perdem patente, ganhando quota de mercado sobre as outras.
E quais serão os desafios futuros para empresas a actuar nesta área? Claramente reforçar a sua imagem institucional (casos como a Generis, Farmoz são exemplos disso) promovendo uma diferenciação recordatória na mente dos seus targets. Reforçar a sua aproximação aos utentes, tomando o usual papel das empresas farmacêuticas que promovem investigação, como endorsers das associações de doentes. Promover informação credível junto dos médicos, salientando o seu papel de parceiros na área da Saúde – acentuar o duplo aspecto de empresas que comercializam tratamentos médicos mais acessíveis para bolsas menos recheadas (marketing social responsibility).
É claro que a confirmar-se os processos de bonificação usualmente praticados nas farmácias (por cada três caixas de medicamentos compradas ao laboratório segue uma de borla), estas também não têm grande margem de manobra para se queixarem da falta de espaço.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
A paixão de comunicar
A convite do meu amigo Jorge cá estou eu a estrear-me nestas “andanças bloguistas”. Antes demais devo dizer que tive o prazer de conhecer o Jorge na Agência de Comunicação onde estagiei *, e trabalhei durante alguns meses, após terminar o curso de Ciências da Comunicação. Esclarecer ainda que foi a minha veia comunicativa que me levou a frequentar esta licenciatura, em detrimento de uma outra qualquer da área das ciências humanas. Acima de tudo porque gosto muito de conversar, de escrever, de me relacionar com o mundo e com os outros, e de fazer muitas coisas diferentes, mas quase todas no domínio das artes.
Posso assim dizer que a minha vinda de uma Agência de Comunicação para uma Biblioteca Municipal (onde trabalho há quase 10 anos) permitiu-me alargar o âmbito das minhas acções, mas não mudou o essencial da questão: a necessidade de comunicar e de nos comunicarmos! Aqui lido com instituições, escolas, professores e alunos, escritores e contadores de histórias, autarcas e munícipes. As solicitações são muitas e diferenciadas (até porque os utentes também o são, em género, idade e interesses…) desde aqueles a quem ajudamos numa pesquisa, passando por aqueles a quem contamos e com quem exploramos uma história, sem esquecer os que nos pedem uma sugestão de leitura. Sendo missão das Bibliotecas informar, promover a leitura e a auto-formação, facilitar o acesso às diferentes formas de expressão cultural e fomentar o diálogo inter-cultural entre outras missões, igualmente importantes, não me parece possível cumpri-las sem recorrer a estratégias de comunicação mais ou menos elaboradas, que podem passar pela simples conversa face-a-face (às vezes a mais eficaz forma de comunicação), por um ofício que enviamos, por um telefonema que fazemos, por um flyer ou cartaz que produzimos, por um press-release que divulgamos, por uma notícia ou fotografia que colocamos no nosso site. Nos primeiros anos em que aqui trabalhei, sentindo essa necessidade imperativa de comunicar o que íamos fazendo, a Biblioteca chegou a ter a sua publicação periódica - o “Biblioactividades”. E porque o que fazemos também é comunicação, ela passa pelas horas do conto, visitas guiadas, sessões de poesia, exposições bibliográficas e alguns placards informativos e pedagógicos que produzimos sobre determinada efeméride ou personagem.
Quando o Jorge me convidou para escrever este texto, a minha primeira ideia foi “mas eu já não trabalho em comunicação”…para logo depois sentir que, afinal, a verdade é que não trabalho noutra coisa! Porque toda a nossa actividade é uma permanente comunicação do que somos e do que achamos importante transmitir aos outros, seja numa Biblioteca, numa redacção de um jornal, numa empresa ou numa agência de comunicação. E quanto mais amamos o que fazemos, melhor comunicamos o objecto do nosso amor.
Ângela Malheiros
Coordenadora da Biblioteca Municipal de Peniche
PS - *Um beijo especial para o Fernando e para o João, que conheci na mesma agência, e que decerto serão leitores deste blogue ;)
Posso assim dizer que a minha vinda de uma Agência de Comunicação para uma Biblioteca Municipal (onde trabalho há quase 10 anos) permitiu-me alargar o âmbito das minhas acções, mas não mudou o essencial da questão: a necessidade de comunicar e de nos comunicarmos! Aqui lido com instituições, escolas, professores e alunos, escritores e contadores de histórias, autarcas e munícipes. As solicitações são muitas e diferenciadas (até porque os utentes também o são, em género, idade e interesses…) desde aqueles a quem ajudamos numa pesquisa, passando por aqueles a quem contamos e com quem exploramos uma história, sem esquecer os que nos pedem uma sugestão de leitura. Sendo missão das Bibliotecas informar, promover a leitura e a auto-formação, facilitar o acesso às diferentes formas de expressão cultural e fomentar o diálogo inter-cultural entre outras missões, igualmente importantes, não me parece possível cumpri-las sem recorrer a estratégias de comunicação mais ou menos elaboradas, que podem passar pela simples conversa face-a-face (às vezes a mais eficaz forma de comunicação), por um ofício que enviamos, por um telefonema que fazemos, por um flyer ou cartaz que produzimos, por um press-release que divulgamos, por uma notícia ou fotografia que colocamos no nosso site. Nos primeiros anos em que aqui trabalhei, sentindo essa necessidade imperativa de comunicar o que íamos fazendo, a Biblioteca chegou a ter a sua publicação periódica - o “Biblioactividades”. E porque o que fazemos também é comunicação, ela passa pelas horas do conto, visitas guiadas, sessões de poesia, exposições bibliográficas e alguns placards informativos e pedagógicos que produzimos sobre determinada efeméride ou personagem.
Quando o Jorge me convidou para escrever este texto, a minha primeira ideia foi “mas eu já não trabalho em comunicação”…para logo depois sentir que, afinal, a verdade é que não trabalho noutra coisa! Porque toda a nossa actividade é uma permanente comunicação do que somos e do que achamos importante transmitir aos outros, seja numa Biblioteca, numa redacção de um jornal, numa empresa ou numa agência de comunicação. E quanto mais amamos o que fazemos, melhor comunicamos o objecto do nosso amor.
Ângela Malheiros
Coordenadora da Biblioteca Municipal de Peniche
PS - *Um beijo especial para o Fernando e para o João, que conheci na mesma agência, e que decerto serão leitores deste blogue ;)
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Mais uma visita para enriquecer
Na senda do que fiz há 15 dias, com a divulgação de um texto elaborado pelo meu amigo Fernando Rente, Communication Officer da Roche Farmacêutica, colocarei amanhã online um post escrito por outra amiga minha, Ângela Malheiros. O desafio que lancei aos meus ilustres amigos e colegas de profissão, foi o de escrever sobre comunicação, de acordo com as suas perspectivas pessoais e profissionais, e assim ter o mais variado leque de opiniões, formas de estar e pensar, acentuando a riqueza que reside na diversidade.
Com o texto do Fernando e agora o da Ângela, Coordenadora da Biblioteca Municipal de Peniche, acho que estes objectivos estão a ser “estimulantemente” cumpridos. Um agradecimento especial a quem já aceito o repto e espero que continuem a apreciar as leituras tanto como eu.
Com o texto do Fernando e agora o da Ângela, Coordenadora da Biblioteca Municipal de Peniche, acho que estes objectivos estão a ser “estimulantemente” cumpridos. Um agradecimento especial a quem já aceito o repto e espero que continuem a apreciar as leituras tanto como eu.
Olhar o futuro
No passado dia 15 de Outubro, o CEO da sanofi-aventis, Gerard Le Fur, deu uma interessante entrevista ao Financial Times. Na conversa com o jornalista, o responsável máximo da multinacional farmacêutica (a primeira companhia na Europa e a terceira a nível mundial) refere que estas empresas, mais tarde ou mais cedo, terão que criar mecanismos para limitar o aumento dos preços dos medicamentos para que as vendas também subam.
Uma contradição? Nem tanto. Le Fur considera que a médio prazo o volume de vendas irá sobrepor-se ao impacto do preço. Medicamentos mais baratos vendem mais, diminuem o fosso que os separa dos genéricos e aumentam a possibilidade de serem logo comparticipados por Sistemas Nacionais de Saúde (SNS) já bastante endividados (como é o caso de Portugal).
A indústria farmacêutica necessita de trabalhar em parceria com os poderes políticos para que os utentes possam aceder aos novos tratamentos que fazem realmente a diferença. E, para tal, ambas as partes tem que ceder.
Vejamos o caso das vacinas contra o cancro do colo do útero. Pela primeira vez na história da medicina, é lançada uma vacina que a longo prazo irá erradicar um dos cancros mais mortais para as mulheres. E que faz o nosso Governo enquanto o resto do mundo preocupa-se em colocar o produto em Planos Nacionais de Vacinação e encontrar formas diferenciadas de comparticipação? Anda um ano desde a chegada da primeira vacina a solicitar mais estudos médico-científicos, arrastando uma decisão até à chegada da segunda vacina (esta semana) e assim garantir nova posição negocial, desta vez com dois laboratórios e não com apenas um (o que facilita cedências).
E porquê? Porque estamos no limite orçamental e vacinas que custam entre cerca de 433 e 500 Euros não ajudam. Mesmo que a bandeira propagandista seja bem apelativa (exemplo de parangona comunicacional – José Sócrates anuncia – Governo Português vai comparticipar a vacina para o cancro do colo do útero) o que é certo é que os SNS estão a caminho da ruptura tornando mais difícil o acesso a terapêuticas cada vez mais inovadoras. É justo? Não. Mas é o que continuaremos a ter se os posicionamentos dos todos os intervenientes nesta área não se alterar. E, pelos vistos, alguns como Gerard Le Fur, já começam a percepcionar novas linhas de actuação. Perspectivando sucessos comerciais mas também promovendo o acesso mais alargado a tratamentos que realmente melhoram a qualidade de vida.
Uma contradição? Nem tanto. Le Fur considera que a médio prazo o volume de vendas irá sobrepor-se ao impacto do preço. Medicamentos mais baratos vendem mais, diminuem o fosso que os separa dos genéricos e aumentam a possibilidade de serem logo comparticipados por Sistemas Nacionais de Saúde (SNS) já bastante endividados (como é o caso de Portugal).
A indústria farmacêutica necessita de trabalhar em parceria com os poderes políticos para que os utentes possam aceder aos novos tratamentos que fazem realmente a diferença. E, para tal, ambas as partes tem que ceder.
Vejamos o caso das vacinas contra o cancro do colo do útero. Pela primeira vez na história da medicina, é lançada uma vacina que a longo prazo irá erradicar um dos cancros mais mortais para as mulheres. E que faz o nosso Governo enquanto o resto do mundo preocupa-se em colocar o produto em Planos Nacionais de Vacinação e encontrar formas diferenciadas de comparticipação? Anda um ano desde a chegada da primeira vacina a solicitar mais estudos médico-científicos, arrastando uma decisão até à chegada da segunda vacina (esta semana) e assim garantir nova posição negocial, desta vez com dois laboratórios e não com apenas um (o que facilita cedências).
E porquê? Porque estamos no limite orçamental e vacinas que custam entre cerca de 433 e 500 Euros não ajudam. Mesmo que a bandeira propagandista seja bem apelativa (exemplo de parangona comunicacional – José Sócrates anuncia – Governo Português vai comparticipar a vacina para o cancro do colo do útero) o que é certo é que os SNS estão a caminho da ruptura tornando mais difícil o acesso a terapêuticas cada vez mais inovadoras. É justo? Não. Mas é o que continuaremos a ter se os posicionamentos dos todos os intervenientes nesta área não se alterar. E, pelos vistos, alguns como Gerard Le Fur, já começam a percepcionar novas linhas de actuação. Perspectivando sucessos comerciais mas também promovendo o acesso mais alargado a tratamentos que realmente melhoram a qualidade de vida.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Conferência online para a rapaziada de comunicação
Parece que está a ser organizada, algures em 2008, a Global PR Blog Week 3.0., uma iniciativa virtual destinada a todos os profissionais de Relações Públicas que queiram saber mais sobre esta estimulante área de trabalho.
De acordo com o descritivo preliminar, os organizadores pretendem desenvolver um evento no qual serão apresentados os melhores artigos, entrevistas, debates, case studies e ensaios sobre as principais alterações/evoluções na teoria e prática das Relações Públicas e Comunicação, a sua relação com outras disciplinas e o nosso papel enquanto profissionais, alunos e professores.
Esta iniciativa irá durar uma semana, em regime online e o seu acesso será feito de forma gratuito. Para mais informação poderão consultar o site (www.globalprblogweek.com).
São as tecnologias disponíveis a funcionar de forma democrática e global: novos instrumentos de comunicação que permitem o acesso de todos a novas formas de pensar comunicação. Venha o café da máquina, o croquete do restaurante e cá fico, pronto para mais uma sessão de debate sem sair do meu lugar.
De acordo com o descritivo preliminar, os organizadores pretendem desenvolver um evento no qual serão apresentados os melhores artigos, entrevistas, debates, case studies e ensaios sobre as principais alterações/evoluções na teoria e prática das Relações Públicas e Comunicação, a sua relação com outras disciplinas e o nosso papel enquanto profissionais, alunos e professores.
Esta iniciativa irá durar uma semana, em regime online e o seu acesso será feito de forma gratuito. Para mais informação poderão consultar o site (www.globalprblogweek.com).
São as tecnologias disponíveis a funcionar de forma democrática e global: novos instrumentos de comunicação que permitem o acesso de todos a novas formas de pensar comunicação. Venha o café da máquina, o croquete do restaurante e cá fico, pronto para mais uma sessão de debate sem sair do meu lugar.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Criatividade ao rubro
De acordo com um divertido livro de bolso intitulado PR Power – Inside secrets from de world of Spin, da autoria da especialista em Relações públicas, Amanda Barry, as sessões de brainstorming são cada vez mais relevantes para a prossecução de uma estratégia de comunicação impactante.
Efectivamente, ideias criativas e inovadoras têm sempre mais possibilidade de chamar a atenção dos vários targets do que aquelas, gastas, desenvolvidas vezes sem conta com resultados cada vez menores.
A autora deixa assim cinco grandes dicas para sessões de brainstorming bem sucedidas:
- Size doesn’t matter – Os grupos de trabalho deverão conter entre quatro e seis participantes. Mais pequenos e os indivíduos tendem a sentir maior pressão em lançar ideias originais. Grupos com mais gente e alguns poderão ficar remetidos ao silêncio, com pouco ou nenhuma vontade em participar.
- Keep track – No início da sessão, deverá ser logo seleccionado um participante responsável por anotar as ideias que vão surgindo. A autora sugere a utilização de um flipchart, para que todos possam ver as ideias criativas lançadas e o debate seja assim mais intuitivo e abrangente.
- Have fun, but don’t make fun – O principal objective de uma sessão de brainstorming passa pelo estímulo da criatividade. Este facto significa que nenhuma ideia é má, louca ou errada. O que é relevante (antes do prcess de filtragem) é que as ideias continuem a ser lançadas para a mesa, sem que ninguém sinta que está a fazer uma figura de tonto.
- Use a warm-up routine – No início é importante quebrar o gelo para que todos se sintam confortáveis. A autora dá o exemplo da utilização do jogo De A a Z – colocação das letras do alfabeto no flipchart, escolha de um tópico relacionado com o projecto alvo do brainstorming e solicitação individual de participação com o objectivo de preparar o cérebro para os momentos criativos que se seguem ( ex. se o objectivo for a promoção institucional de um banco, definir o jogo para palavras relacionadas com serviços usuais encontrados nestas entidades - ou seja um STOP direccionado) .
- Getting started – Depois do aquecimento cerebral é importante iniciar a sessão com uma pergunta objectiva como “Como é que podemos fazer com que os nossos targets tenham conhecimento deste produto” ou “Como é que podemos tornar este projecto mais apelativo para os media?”. Os períodos de silêncio poderão ser utilizados para recapitular as ideias que foram recolhidas e assim fazer descansar as células cinzentas dos colaboradores presentes.
E para Amanda Barry, o melhor é mesmo agendar pequenos-almoços de brainstorming reforçados já que a oferta de comida é sempre bem-vinda e estimula à participação.
Efectivamente, ideias criativas e inovadoras têm sempre mais possibilidade de chamar a atenção dos vários targets do que aquelas, gastas, desenvolvidas vezes sem conta com resultados cada vez menores.
A autora deixa assim cinco grandes dicas para sessões de brainstorming bem sucedidas:
- Size doesn’t matter – Os grupos de trabalho deverão conter entre quatro e seis participantes. Mais pequenos e os indivíduos tendem a sentir maior pressão em lançar ideias originais. Grupos com mais gente e alguns poderão ficar remetidos ao silêncio, com pouco ou nenhuma vontade em participar.
- Keep track – No início da sessão, deverá ser logo seleccionado um participante responsável por anotar as ideias que vão surgindo. A autora sugere a utilização de um flipchart, para que todos possam ver as ideias criativas lançadas e o debate seja assim mais intuitivo e abrangente.
- Have fun, but don’t make fun – O principal objective de uma sessão de brainstorming passa pelo estímulo da criatividade. Este facto significa que nenhuma ideia é má, louca ou errada. O que é relevante (antes do prcess de filtragem) é que as ideias continuem a ser lançadas para a mesa, sem que ninguém sinta que está a fazer uma figura de tonto.
- Use a warm-up routine – No início é importante quebrar o gelo para que todos se sintam confortáveis. A autora dá o exemplo da utilização do jogo De A a Z – colocação das letras do alfabeto no flipchart, escolha de um tópico relacionado com o projecto alvo do brainstorming e solicitação individual de participação com o objectivo de preparar o cérebro para os momentos criativos que se seguem ( ex. se o objectivo for a promoção institucional de um banco, definir o jogo para palavras relacionadas com serviços usuais encontrados nestas entidades - ou seja um STOP direccionado) .
- Getting started – Depois do aquecimento cerebral é importante iniciar a sessão com uma pergunta objectiva como “Como é que podemos fazer com que os nossos targets tenham conhecimento deste produto” ou “Como é que podemos tornar este projecto mais apelativo para os media?”. Os períodos de silêncio poderão ser utilizados para recapitular as ideias que foram recolhidas e assim fazer descansar as células cinzentas dos colaboradores presentes.
E para Amanda Barry, o melhor é mesmo agendar pequenos-almoços de brainstorming reforçados já que a oferta de comida é sempre bem-vinda e estimula à participação.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Afinal não somos assim tão diferentes
Na última PRWeek (que prazer dá ler uma revista inteiramente dedicada ao mundo das Relações Púbicas) foi publicado um artigo sobre a relação entre agências de comunicação e os seus clientes. Na génese do texto está um estudo desenvolvido pela publicação, em conjunto com a empresa Mischief, sobre o que pensam 100 empresas/clientes do Reino Unido das suas agências. Destacam-se algumas conclusões para reflexão:
- 70% das empresas consideram que falta mais transparência nos fees e orçamentos apresentados pelas agências
- 75% consideram que as agências desconhecem o funcionamento dos sectores de negócio onde os clientes estão inseridos
- 23% consideram que não têm o retorno esperado quando contratam os serviços de uma agência
Por outro lado, os responsáveis das agências contactadas referem como problemas mais comuns:
- Algum desconhecimento por parte dos clientes no que diz respeito ao trabalho de assessoria (ex. citado: “Porque é que os jornais não utilizaram o título que estava no Press Release?)
- A complexidade do processo de gestão das expectativas, muito por culpa de uma visão, da parte do cliente, direccionada para o seu produto e serviço e pouco abrangente
- O facto de serem os últimos a terem acesso a informação de relevo que poderá ajudar a gerir processos de crise
- A implementação de campanhas com objectivos distorcidos que produzem muito ruído comunicacional mas com poucas consequências a nível comercial
Enfim, interessantes conclusões para reflexão, no Reino Unido e aqui em Portugal.
- 70% das empresas consideram que falta mais transparência nos fees e orçamentos apresentados pelas agências
- 75% consideram que as agências desconhecem o funcionamento dos sectores de negócio onde os clientes estão inseridos
- 23% consideram que não têm o retorno esperado quando contratam os serviços de uma agência
Por outro lado, os responsáveis das agências contactadas referem como problemas mais comuns:
- Algum desconhecimento por parte dos clientes no que diz respeito ao trabalho de assessoria (ex. citado: “Porque é que os jornais não utilizaram o título que estava no Press Release?)
- A complexidade do processo de gestão das expectativas, muito por culpa de uma visão, da parte do cliente, direccionada para o seu produto e serviço e pouco abrangente
- O facto de serem os últimos a terem acesso a informação de relevo que poderá ajudar a gerir processos de crise
- A implementação de campanhas com objectivos distorcidos que produzem muito ruído comunicacional mas com poucas consequências a nível comercial
Enfim, interessantes conclusões para reflexão, no Reino Unido e aqui em Portugal.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
A importância da profissionalização
Uma das consequências mais visíveis resultante dos novos processos de comunicação na área da Saúde foi, é e continuará a ser, o conceito Power to the Patient. Dar voz a quem sofre de determinada patologia ou promover entrevistas/artigos com quem passou por desafios pessoais, tem contribuído para colocar o doente (e não só o médico) no centro das atenções, mediáticas e institucionais.
Os doentes passaram de utentes-passivos, sujeitos às regras do Sistema Nacional de Saúde e a diagnósticos codificados, para utentes-activos, questionando os seus deveres e direitos enquanto cidadãos, procurando regularmente novas informações sobre as suas problemáticas e os tratamentos mais eficazes (a Internet também ajudou neste capítulo).
As associações de doentes passaram a ser reconhecidas como importante fonte de notícia e justos representantes de todo um grupo de indivíduos portadores de determinada patologia, junto da classe política.
Acontece que em Portugal, ao contrário por exemplo dos Estados Unidos da América, as associações de doentes (a maioria) ainda padecem de algum amadorismo que importa ultrapassar. O potencial existe. O poder de influência está lá. Mas a gestão estratégica não.
Muitas destas organizações são constituídas em regime de voluntariado, geridas por um doente ou médico da área que, por motivos profissionais, pouco tempo tem para dedicar à causa. As reuniões dos órgãos sociais são muitas vezes levadas a cabo a horas tardias, em sedes obtidas com o apoio de uma Câmara Municipal benemérita.
O cronograma anual para apresentação aos potenciais patrocinadores (essencialmente as farmacêuticas) é preparado sem avaliar o retorno das acções (produzir 4 Boletins trimestrais, salpicados com fotos das festas da associação JÁ NÂO convence o Gestor de Produto ou Director de Marketing) e a uma regularidade no processo informativo (reduzir a implementação de iniciativas em efemérides mundiais/nacionais é reduzir o espaço comunicacional).
Acredito que médio/longo prazo só estruturas profissionais com Directores-Gerais, Directores de Marketing e até, pasme-se, Directores de Comunicação, que respondam a objectivos definidos, poderão trazer algo de novo à comunidade e promover que mensagens mudem formas de estar e pensar (Liga Portuguesa Contra o Cancro, Rarissima, Fundação Portuguesa de Cardiologia, entre outros).
Quem quiser continuar a promover apenas jantares de Gala ou peditórios em centros comerciais, irá encontrar grandes problemas de evolução. E uma associação sem associados não passa de um espaço vazio sem relevância e credibilidade.
Os doentes passaram de utentes-passivos, sujeitos às regras do Sistema Nacional de Saúde e a diagnósticos codificados, para utentes-activos, questionando os seus deveres e direitos enquanto cidadãos, procurando regularmente novas informações sobre as suas problemáticas e os tratamentos mais eficazes (a Internet também ajudou neste capítulo).
As associações de doentes passaram a ser reconhecidas como importante fonte de notícia e justos representantes de todo um grupo de indivíduos portadores de determinada patologia, junto da classe política.
Acontece que em Portugal, ao contrário por exemplo dos Estados Unidos da América, as associações de doentes (a maioria) ainda padecem de algum amadorismo que importa ultrapassar. O potencial existe. O poder de influência está lá. Mas a gestão estratégica não.
Muitas destas organizações são constituídas em regime de voluntariado, geridas por um doente ou médico da área que, por motivos profissionais, pouco tempo tem para dedicar à causa. As reuniões dos órgãos sociais são muitas vezes levadas a cabo a horas tardias, em sedes obtidas com o apoio de uma Câmara Municipal benemérita.
O cronograma anual para apresentação aos potenciais patrocinadores (essencialmente as farmacêuticas) é preparado sem avaliar o retorno das acções (produzir 4 Boletins trimestrais, salpicados com fotos das festas da associação JÁ NÂO convence o Gestor de Produto ou Director de Marketing) e a uma regularidade no processo informativo (reduzir a implementação de iniciativas em efemérides mundiais/nacionais é reduzir o espaço comunicacional).
Acredito que médio/longo prazo só estruturas profissionais com Directores-Gerais, Directores de Marketing e até, pasme-se, Directores de Comunicação, que respondam a objectivos definidos, poderão trazer algo de novo à comunidade e promover que mensagens mudem formas de estar e pensar (Liga Portuguesa Contra o Cancro, Rarissima, Fundação Portuguesa de Cardiologia, entre outros).
Quem quiser continuar a promover apenas jantares de Gala ou peditórios em centros comerciais, irá encontrar grandes problemas de evolução. E uma associação sem associados não passa de um espaço vazio sem relevância e credibilidade.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
“Break on through to the other side…”
A mudança profissional de uma agência de comunicação para lado do cliente.
A primeiro “choque” da mudança é cultural. De uma micro ou pequena estrutura passamos para um sistema complexo, com uma cultura própria, mecanismos de decisão hierarquizados, networking internacional e muitas pessoas, caras e nomes. Todas elas me explicam o que fazem - Logística, Marketing, Controlling, Assuntos Regulamentares, Market Research (…) – e tento colocar a Comunicação em perspectiva e perceber de que forma poderei interagir com cada um destes departamentos e trazer uma mais-valia ao negócio.
A Agência foi, como costumo dizer, uma oportunidade de aprendizagem intensiva em ambiente real, com uma grande diversidade de projectos, clientes mais ou menos difíceis, sucessos e insucessos, desafios constantes e uma noção refinadíssima de gestão de tempo e stress.
Muitas das variáveis referidas mantêm-se do “outro lado”. Para além dos projectos de comunicação institucional, o Departamento de Comunicação presta continuamente serviços de consultoria aos colegas do marketing, que vêm, cada vez mais, nas ferramentas de RP uma forma de criar diferenciação num mercado muito competitivo, com um quadro regulamentar especifico, como é o caso da área da Saúde. Por outro lado, os ritmos adaptam-se aos “ciclos” do negócio, com os habituais picos de acções e o desafio é permanente, naturalmente com uma noção mais apurada de cultura da empresa.
Contas feitas, há naturalmente áreas das quais me afastei mais: exemplo disso é aquele contacto diário e permanente com os jornalistas que quem trabalha na Agência tão bem conhece. Também o quotidiano de desmultiplicação em reuniões de trabalho com clientes e a gestão simultânea de vários projectos de comunicação são próprios da dinâmica de Agência e provocam aquele “friozinho no estômago” sem o qual muitos profissionais de comunicação não se sentem realizados.
Em contrapartida, o Departamento de Comunicação permitiu-me desenvolver de forma mais aprofundada algumas áreas fulcrais das RP, como é o caso da comunicação interna. Para além disso, tem-me dado a oportunidade de fomentar uma vertente de pensamento estratégico e criativo que, já existindo na Agência, é agora exercido com uma nova abrangência e um olhar privilegiado sobre a empresa como um todo. Por último, destacava a dinâmica do trabalho em rede com as equipas de comunicação internacionais, com troca de informações, experiências e best practices.
Continuo a pensar que, sempre que possível, o profissional deve tentar crescer passando por estes dois contextos. São contextos distintos, complementares, enriquecedores e, em última análise, constituem uma oportunidade para nos colocarmos face a novos desafios e nos conhecermos melhor pessoal e profissionalmente.
Fernando Rente
Communication Officer
Roche Farmacêutica
A primeiro “choque” da mudança é cultural. De uma micro ou pequena estrutura passamos para um sistema complexo, com uma cultura própria, mecanismos de decisão hierarquizados, networking internacional e muitas pessoas, caras e nomes. Todas elas me explicam o que fazem - Logística, Marketing, Controlling, Assuntos Regulamentares, Market Research (…) – e tento colocar a Comunicação em perspectiva e perceber de que forma poderei interagir com cada um destes departamentos e trazer uma mais-valia ao negócio.
A Agência foi, como costumo dizer, uma oportunidade de aprendizagem intensiva em ambiente real, com uma grande diversidade de projectos, clientes mais ou menos difíceis, sucessos e insucessos, desafios constantes e uma noção refinadíssima de gestão de tempo e stress.
Muitas das variáveis referidas mantêm-se do “outro lado”. Para além dos projectos de comunicação institucional, o Departamento de Comunicação presta continuamente serviços de consultoria aos colegas do marketing, que vêm, cada vez mais, nas ferramentas de RP uma forma de criar diferenciação num mercado muito competitivo, com um quadro regulamentar especifico, como é o caso da área da Saúde. Por outro lado, os ritmos adaptam-se aos “ciclos” do negócio, com os habituais picos de acções e o desafio é permanente, naturalmente com uma noção mais apurada de cultura da empresa.
Contas feitas, há naturalmente áreas das quais me afastei mais: exemplo disso é aquele contacto diário e permanente com os jornalistas que quem trabalha na Agência tão bem conhece. Também o quotidiano de desmultiplicação em reuniões de trabalho com clientes e a gestão simultânea de vários projectos de comunicação são próprios da dinâmica de Agência e provocam aquele “friozinho no estômago” sem o qual muitos profissionais de comunicação não se sentem realizados.
Em contrapartida, o Departamento de Comunicação permitiu-me desenvolver de forma mais aprofundada algumas áreas fulcrais das RP, como é o caso da comunicação interna. Para além disso, tem-me dado a oportunidade de fomentar uma vertente de pensamento estratégico e criativo que, já existindo na Agência, é agora exercido com uma nova abrangência e um olhar privilegiado sobre a empresa como um todo. Por último, destacava a dinâmica do trabalho em rede com as equipas de comunicação internacionais, com troca de informações, experiências e best practices.
Continuo a pensar que, sempre que possível, o profissional deve tentar crescer passando por estes dois contextos. São contextos distintos, complementares, enriquecedores e, em última análise, constituem uma oportunidade para nos colocarmos face a novos desafios e nos conhecermos melhor pessoal e profissionalmente.
Fernando Rente
Communication Officer
Roche Farmacêutica
With a little help from my friends
Com o intuito de apresentar novas perspectivas e ideias relacionadas com a fascinante área da comunicação, lancei o desafio a alguns amigos, gente que respeito também ao nível pessoal, com o objectivo concreto de elaborarem pequenos textos para publicação neste humilde espaço cibernético. Assim, procurarei colocar online de 15 em 15 dias, visões, perspectivas, ideias e opiniões, escritas por profissionais da área, que nos farão melhor compreender o estado da arte (vulgo a nossa área de actuação).
Esta semana (já a partir de amanhã) teremos uma interessante análise sobre as principais diferenças entre o trabalho de uma agência de comunicação e um Departamento de Comunicação de uma empresa (cliente). Para tal, contei com a participação do Fernando Rente ex-colega na MediaHealth Portugal e que agora ocupa o cargo de Communication Officer na Roche Farmacêutica.
Espero que gostem da ideia (como eu gostei) e não se inibam de deixar os vossos comentários sobre a mesma. Ao Fernando um agradecimento especial pela forma positiva como desde logo aceitou este pequeno desafio e pelo texto que remeteu.
Boas leituras!
Esta semana (já a partir de amanhã) teremos uma interessante análise sobre as principais diferenças entre o trabalho de uma agência de comunicação e um Departamento de Comunicação de uma empresa (cliente). Para tal, contei com a participação do Fernando Rente ex-colega na MediaHealth Portugal e que agora ocupa o cargo de Communication Officer na Roche Farmacêutica.
Espero que gostem da ideia (como eu gostei) e não se inibam de deixar os vossos comentários sobre a mesma. Ao Fernando um agradecimento especial pela forma positiva como desde logo aceitou este pequeno desafio e pelo texto que remeteu.
Boas leituras!
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Uma nota diferente para variar
Aqui me confesso: sou adepto e sócio do Benfica. Nos dias que correm a coisa te pendido mais para o lado do sofrimento do para a alegria mas enfim….Desejo que hoje tudo corra bem e que, no final do seu mandato, não tenhamos que apanhar com nova candidatura do Luis Filipe Vieira. Considero que este dirigente teve um papel importante na solidificação financeira do clube mas:
- Pouco percebe de futebol (ver contratações de jogadores e número de vitórias dos últimos anos)
- Não implementa um fio estratégico na gestão do Departamento de Futebol (o Sporting aposta nas camadas jovens para valorização, o Porto nos jogadores que se destacam no campeonato nacional e em futuras promessas brasileiras e nós? Nem é carne nem é peixe)
- A política comunicacional é fraca e muitas vezes direccionada para outros assuntos que não deveriam ser colocados na agenda mediática pelo Presidente Luis Filipe Vieira mas sim pelo cidadão Luis Filipe Vieira. Além do mais, contratar os serviços de um adepto do Sporting (António Cunha e Vaz) para a Direcção de Comunicação é, no mínimo, irritante. Até porque o balanço até agora não é particularmente famoso (ver valor actual das acções do Benfica e a imagem do nosso Presidente para a maioria dos adeptos, independentemente do clube)
- Não soube capitalizar o conceito tipicamente Benfiquista – “O clube de Portugal que todos adoram odiar” e dar mais motivação à equipa
- É dado a birras. Quantas vezes já ameaçou demitir-se quando as coisas não correm de feição?
- Já começou com chantagens um pouco anti-democráticas (ver se o Rui Costa não se candidatar, vão ter que levar comigo!)
Por tudo isto e mais algumas coisas, Sr. Luis Filipe Vieira faça lá o favorzito de terminar o seu mandato em paz e voltar para o maravilhoso mundo dos pneus.
E prometo que amanhã retomo mais considerações comunicacionais na e para a área da Saúde e com a participação de um Special Guest Star ainda esta semana...
- Pouco percebe de futebol (ver contratações de jogadores e número de vitórias dos últimos anos)
- Não implementa um fio estratégico na gestão do Departamento de Futebol (o Sporting aposta nas camadas jovens para valorização, o Porto nos jogadores que se destacam no campeonato nacional e em futuras promessas brasileiras e nós? Nem é carne nem é peixe)
- A política comunicacional é fraca e muitas vezes direccionada para outros assuntos que não deveriam ser colocados na agenda mediática pelo Presidente Luis Filipe Vieira mas sim pelo cidadão Luis Filipe Vieira. Além do mais, contratar os serviços de um adepto do Sporting (António Cunha e Vaz) para a Direcção de Comunicação é, no mínimo, irritante. Até porque o balanço até agora não é particularmente famoso (ver valor actual das acções do Benfica e a imagem do nosso Presidente para a maioria dos adeptos, independentemente do clube)
- Não soube capitalizar o conceito tipicamente Benfiquista – “O clube de Portugal que todos adoram odiar” e dar mais motivação à equipa
- É dado a birras. Quantas vezes já ameaçou demitir-se quando as coisas não correm de feição?
- Já começou com chantagens um pouco anti-democráticas (ver se o Rui Costa não se candidatar, vão ter que levar comigo!)
Por tudo isto e mais algumas coisas, Sr. Luis Filipe Vieira faça lá o favorzito de terminar o seu mandato em paz e voltar para o maravilhoso mundo dos pneus.
E prometo que amanhã retomo mais considerações comunicacionais na e para a área da Saúde e com a participação de um Special Guest Star ainda esta semana...
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Vamos lá a aumentar a quota?
Foi recentemente lançada em revistas, jornais, mupies e TV, a nova campanha - Pode Confiar! – destinada à promoção dos medicamentos genéricos. Promovida pelo INFARMED (Associação Portuguesa de Genéricos - APOGEN, onde andas?) parece-me acertado o conceito escolhido. Objectiva a campanha procura, junto dos utentes portugueses, descodificar conceitos como bioequivalência/eficácia (tanto os de marca como os genéricos contêm a mesma substância activa, na mesma dose e na mesma forma farmacêutica), qualidade e segurança, sem conduzir a desnecessárias dores de cabeça. Cores suaves, pessoas comuns, a campanha é simpática mas irá ficar na memória residual por muito pouco tempo.
Considero é que o problema principal neste suave crescimento da quota dos genéricos em Portugal, que actualmente se situa nos 18%, não está na desconfiança da maioria dos utentes perante este tipo de produtos.
Se estes são medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória, é no acto da consulta que o especialista decide qual a terapêutica que o utente irá levantar na farmácia. E poucos deverão ser aqueles que posteriormente digam “Ó sotôr, mas não há um genérico mais baratito que eu possa tomar em vez deste que me receitou?”. Se estou doente, só quero é ficar bom. E para tal, confio naquele que melhor poderá contribuir para tal – o meu médico. É neste target que reside o poder de escolha (se o farmacêutico for impedido de alterar a receita) e como tal deverá ser ele a ser positivamente impactado com mensagens que não só a de confiança (isso ele já deverá saber).
Compreendo a necessidade do Estado em aumentar a venda dos genéricos – mais baratos, menos comparticipação a pagar, diminuição das despesas com os medicamentos – e acredito que as metas propostas – chegar à quota dos 20% em 2008 – sejam alcançadas mas crescimentos mais elevados só com uma estratégia bem definida a médio e a longo prazo, utilizando métodos de comunicação mais específicos para médicos e farmacêuticos (com um ou dois Governos pelo meio). E até lá, acredito que algumas pequenas companhias de genéricos que actuam no mercado português, provavelmente deixem de existir (já são demasiadas para um mercado tão pequeno).
Considero é que o problema principal neste suave crescimento da quota dos genéricos em Portugal, que actualmente se situa nos 18%, não está na desconfiança da maioria dos utentes perante este tipo de produtos.
Se estes são medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória, é no acto da consulta que o especialista decide qual a terapêutica que o utente irá levantar na farmácia. E poucos deverão ser aqueles que posteriormente digam “Ó sotôr, mas não há um genérico mais baratito que eu possa tomar em vez deste que me receitou?”. Se estou doente, só quero é ficar bom. E para tal, confio naquele que melhor poderá contribuir para tal – o meu médico. É neste target que reside o poder de escolha (se o farmacêutico for impedido de alterar a receita) e como tal deverá ser ele a ser positivamente impactado com mensagens que não só a de confiança (isso ele já deverá saber).
Compreendo a necessidade do Estado em aumentar a venda dos genéricos – mais baratos, menos comparticipação a pagar, diminuição das despesas com os medicamentos – e acredito que as metas propostas – chegar à quota dos 20% em 2008 – sejam alcançadas mas crescimentos mais elevados só com uma estratégia bem definida a médio e a longo prazo, utilizando métodos de comunicação mais específicos para médicos e farmacêuticos (com um ou dois Governos pelo meio). E até lá, acredito que algumas pequenas companhias de genéricos que actuam no mercado português, provavelmente deixem de existir (já são demasiadas para um mercado tão pequeno).
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Uma questão de responsabilidade comunicacional
A 3 de Maio de 1998, a primeira página do The New York Times publicava a notícia de que duas novas drogas, compostas por proteínas naturais, a agiostatina e a endostatina (hoje duas das proteínas mais estudados no conbate ao cancro), demonstravam promissores resultados no tratamento do cancro em ratos. Nos dias seguintes, as clínicas oncológicas foram literalmente assaltadas por doentes desesperados que procuraram acesso às duas novas drogas que nem sequer haviam sido submetidas aos necessários ensaios clínicos em humanos. Foi criado assim um impactante momento comunicacional com efeitos perversos, neste caso, o anúncio de uma esperança não justificada, pelo menos naquele momento, para os doentes terminais.
Casos como este, que continua a ser referenciado nos foruns de debate da American Association for Cancer Research, contribuem para uma atenção redobrada aos processos comunicacionais utilizados e, acima de tudo, à mensagem (e sua descodificação) que se quer transmitir. Esta é uma área que lida com grandes expectativas e se compreender a informação sobre Saúde e doenças é um direito de todos nós, melhorar a sua comunicação com responsabilidade é um imperativo ético para os intervenientes do sector, públicos ou privados.
Casos como este, que continua a ser referenciado nos foruns de debate da American Association for Cancer Research, contribuem para uma atenção redobrada aos processos comunicacionais utilizados e, acima de tudo, à mensagem (e sua descodificação) que se quer transmitir. Esta é uma área que lida com grandes expectativas e se compreender a informação sobre Saúde e doenças é um direito de todos nós, melhorar a sua comunicação com responsabilidade é um imperativo ético para os intervenientes do sector, públicos ou privados.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Trabalhar na comunicação em Saúde: um desafio
A Saúde constitui-se hoje como uma das áreas da sociedade que mais atenção recebe por parte dos diversos órgãos de comunicação social, nacionais e internacionais. Por ter um impacto directo e preponderante na vida de todos nós, eternos utentes, os temas ligados à Saúde são muitas vezes colocados na capa de revistas, chamadas de primeira página e em alguns casos específicos, aberturas de jornais televisivos. Actualmente, e por força da revolução dos instrumentos de pesquisa como é o caso da internet, não é complicado encontrar definições objectivas de patologias, graus de incidência, dados sobre factores de risco, entre outros pontos de destaque.
A Comunicação em Saúde Pública, entendida de forma genérica como o estudo e utilização de estratégias comunicacionais para informar e influenciar as decisões dos indivíduos e das comunidades no sentido de promoverem a sua Saúde, encerra em si um conjunto de mensagens diversas destinadas a:
- Promover e educar as populações para um determinado tema
- Evitar riscos e ajudar a lidar com ameaças
- Prevenir patologias
- Sugerir e recomendar mudanças de comportamento
- Recomendar rastreios e exames médicos com frequência
- Informar sobre novos medicamentos
- Dar voz a várias entidades, como é o caso das associações de doentes, que exercem a sua actividade nesta área
- Alertar para o perigo de excessos (ex.: campanha contro o uso indiscriminado de antobióticos recentemente lançada em Portugal)
- Recomendar medidas preventivas e actividades de auto-cuidados em indivíduos doentes.
No entanto, para que os temas tenham eco suficente e produzam reais mudanças de comportamentos, a esfera de implementação comunicacional deverá contar com intervenientes como:
- Profissionais de Saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos)
- Sociedades e Fundações Médicas
- Associações de doentes
- Entidades governamentais
- Órgãos de comunicação social, generalistas e especializados
- Agências de comunicação (um novo parceiro por força da profissionalização da área)
- Indústria farmacêutica São estes que assumem actualmente a função de difusores de mensagens, quer no papel de fontes primordiais de dados e informações de relevo, quer como responsáveis pela massificação dos temas, como é o caso dos meios de comunicação.
Paradoxalmente, e neste último caso, ao contrário do que acontece com a maioria dos países europeus, em Portugal o tema Saúde ainda não encontrou uma Editoria própria nos meios de comunicação social, como o Desporto, a Política e a Justiça, estando na maioria dos casos ligada à Secção de Sociedade, Nacional ou Ciência. É possivel encontrar secções de Saúde em revistas femininas e semanários nacionais, mas ainda são poucos os jornalistas especializados na área, com conhecimentos aprofundados das peculiariedades do sector (ex.: quantos saberão do número de fases clínicas que precedem a comercialização de um medicamento? Na verdade são três).
Todos estes intervenientes procuram utilizar o circuito comunicacional para fazer valer os seus objectivos de actividade. E se em muitos casos assiste-se a um cruzamento de interesses, noutros as vontades divergem e o ruido comunicacional tende a confundir e não esclarecer. Uma associação de doentes que promova uma conferência de imprensa com o intuito de conseguir uma comparticipação alargada dos medicamentos para os seus associados, irá chocar com os interesses do Ministério da Saúde, que procura a redução das respectivas despesas.
A Comunicação em Saúde Pública, entendida de forma genérica como o estudo e utilização de estratégias comunicacionais para informar e influenciar as decisões dos indivíduos e das comunidades no sentido de promoverem a sua Saúde, encerra em si um conjunto de mensagens diversas destinadas a:
- Promover e educar as populações para um determinado tema
- Evitar riscos e ajudar a lidar com ameaças
- Prevenir patologias
- Sugerir e recomendar mudanças de comportamento
- Recomendar rastreios e exames médicos com frequência
- Informar sobre novos medicamentos
- Dar voz a várias entidades, como é o caso das associações de doentes, que exercem a sua actividade nesta área
- Alertar para o perigo de excessos (ex.: campanha contro o uso indiscriminado de antobióticos recentemente lançada em Portugal)
- Recomendar medidas preventivas e actividades de auto-cuidados em indivíduos doentes.
No entanto, para que os temas tenham eco suficente e produzam reais mudanças de comportamentos, a esfera de implementação comunicacional deverá contar com intervenientes como:
- Profissionais de Saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos)
- Sociedades e Fundações Médicas
- Associações de doentes
- Entidades governamentais
- Órgãos de comunicação social, generalistas e especializados
- Agências de comunicação (um novo parceiro por força da profissionalização da área)
- Indústria farmacêutica São estes que assumem actualmente a função de difusores de mensagens, quer no papel de fontes primordiais de dados e informações de relevo, quer como responsáveis pela massificação dos temas, como é o caso dos meios de comunicação.
Paradoxalmente, e neste último caso, ao contrário do que acontece com a maioria dos países europeus, em Portugal o tema Saúde ainda não encontrou uma Editoria própria nos meios de comunicação social, como o Desporto, a Política e a Justiça, estando na maioria dos casos ligada à Secção de Sociedade, Nacional ou Ciência. É possivel encontrar secções de Saúde em revistas femininas e semanários nacionais, mas ainda são poucos os jornalistas especializados na área, com conhecimentos aprofundados das peculiariedades do sector (ex.: quantos saberão do número de fases clínicas que precedem a comercialização de um medicamento? Na verdade são três).
Todos estes intervenientes procuram utilizar o circuito comunicacional para fazer valer os seus objectivos de actividade. E se em muitos casos assiste-se a um cruzamento de interesses, noutros as vontades divergem e o ruido comunicacional tende a confundir e não esclarecer. Uma associação de doentes que promova uma conferência de imprensa com o intuito de conseguir uma comparticipação alargada dos medicamentos para os seus associados, irá chocar com os interesses do Ministério da Saúde, que procura a redução das respectivas despesas.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Uma visita diferente ao mundo da Saúde
Foi sem dúvida estimulante o périplo organizado pela multinacional farmacêutica Sanofi Aventis (primeira no ranking europeu e terceira a nível mundial) por terras gaulesas (Paris, Lyon e Montpellier). Nele participaram jornalistas de todo o mundo (no total o grupo era composto por 96 representantes de meios de comunicação social do Brasil, Chile, Japão, China, Índia, México, Venezuela, e da maioria dos países europeus) que, pela primeira vez, tiveram a possibilidade de visitar instalações inteiramente dedicadas à Pesquisa e Desenvolvimento (a companhia investe anualmente 4,430 milhões de euros nesta área) e aceder a informações sobre novos tratamentos, alguns deles só disponíveis para lá de 2010.
Nos primeiros dias foi interessante verificar:
- Todos os Communication Managers da Sanofi presentes incluindo o português claro, sabem comunicar em, pelo menos três línguas distintas (usualmente o francês, o inglês e, cada vez mais importante, o espanhol)
- O horário dos Press Briefings, um pouco diferente – 8h da manhã, mas não impeditivo dos meios locais, incluindo televisões, estarem presentes.
- A comitiva japonesa composta por quatro simpáticos jornalistas de auricular permanente nas orelhas, sempre dependente de um tradutor que não se cansava de descodificar os discursos. Um deles referiu trabalhar num diário de Tóquio, com uma tiragem de 8.5 milhões de exemplares…
- A estratégia de descodificação comunicacional, levada a cabo pela Sanofi, que durante as refeições, colocava em cada mesa dois investigadores, sempre disponíveis para falar sobre as novas investigações e até dos fracassos ultrapassados no processo de descoberta de novas substâncias activas. Usualmente, de 10.000 moléculas analisadas anualmente, apenas uma ou duas se transformam em medicamento. Esta estratégia comunicacional “nothing to hide” é pouco usual nesta área mas contribuiu para humanizar uma mensagem proeminente técnica (a paixão demonstrada por alguns investigadores ao descrever o seu trabalho) e esclarecer os presentes sobre a forma como funciona uma multinacional farmacêutica, através de um contacto com aqueles directamente responsáveis pelo aparecimento de novos tratamentos. Sem o ar de cientistas loucos de cabelos no ar e batas brancas, à medida de muitos imaginários.
Nos primeiros dias foi interessante verificar:
- Todos os Communication Managers da Sanofi presentes incluindo o português claro, sabem comunicar em, pelo menos três línguas distintas (usualmente o francês, o inglês e, cada vez mais importante, o espanhol)
- O horário dos Press Briefings, um pouco diferente – 8h da manhã, mas não impeditivo dos meios locais, incluindo televisões, estarem presentes.
- A comitiva japonesa composta por quatro simpáticos jornalistas de auricular permanente nas orelhas, sempre dependente de um tradutor que não se cansava de descodificar os discursos. Um deles referiu trabalhar num diário de Tóquio, com uma tiragem de 8.5 milhões de exemplares…
- A estratégia de descodificação comunicacional, levada a cabo pela Sanofi, que durante as refeições, colocava em cada mesa dois investigadores, sempre disponíveis para falar sobre as novas investigações e até dos fracassos ultrapassados no processo de descoberta de novas substâncias activas. Usualmente, de 10.000 moléculas analisadas anualmente, apenas uma ou duas se transformam em medicamento. Esta estratégia comunicacional “nothing to hide” é pouco usual nesta área mas contribuiu para humanizar uma mensagem proeminente técnica (a paixão demonstrada por alguns investigadores ao descrever o seu trabalho) e esclarecer os presentes sobre a forma como funciona uma multinacional farmacêutica, através de um contacto com aqueles directamente responsáveis pelo aparecimento de novos tratamentos. Sem o ar de cientistas loucos de cabelos no ar e batas brancas, à medida de muitos imaginários.
sábado, 22 de setembro de 2007
De regresso à internet
De volta às lides, deparo-me com um novo desafio académico que iniciei este fim-de-semana: um Mestrado Executivo no ISCTE em Gestão Empresarial. Para além de procurar aprofundar as minhas competências formativas, para a escolha deste curso pesaram alguns motivos como:
- Apreender novos conhecimentos matemáticos, estatísticos e de gestão. Os profissionais de comunicação, trabalhando em departamentos específicos ou em agências, sempre se depararam com dificuldades na explanação da sua actividade, principalmente Gestores de Produto, Directores de Marketing (DM) ou Directores-Gerais (DG). Porquê? No primeiro caso porque alguns ainda consideram que a nossa actividade pode ser realizada por qualquer um (na esfera da assessoria, basta ligar aos amigos e a notícia é publicada). No que concerne os DM e DG ou CEO’s, porque estão habituados a medir objectivamente os resultados. Para quem está habituado a lidar com gráficos e fórmulas sobre receitas, depesas, títulos negociáveis, impostos, etc., não é fácil visualizar a imaterialidade a seco de graus de notoriedade, valorizações comunicacionais, valorizações noticiosas e Relatórios de Retorno de Investimento que variam de empresa para empresa. Assim, é importante cruzar discursos e encontrar uma ponte que aproxime os profissionais de comunicação de outros técnicos com uma visão mais numérica do mundo.
- Reforçar os conhecimentos na área do marketing – actualmente, e por força do excesso mediático que nos rodeia, é fundamental incorporar na nossa actividade ferramentas que nos permitam ir mais longe na definição criativa de Planos Estratégicos de Comunicação. O factor surpresa, que se traduz em mais impacto mediático, requer novas linhas de pensamento que nos obrigam a procurar ideias e noções em disciplinas como o marketing (marketing creative mix?). Falar de marketing não é complicado (mesmo de uma forma mais ou menos vaga já o incorporamos no nosso trabalho diário). O complicado é traduzir algo criado por esta disciplina em algo que realmente valha a pena comunicar.
Só posso recomendar a todos os finalistas em Comunicação uma formação semelhante. Mesmo a todos aqueles que fugiram da Matemática como o Diabo foge da cruz.
- Apreender novos conhecimentos matemáticos, estatísticos e de gestão. Os profissionais de comunicação, trabalhando em departamentos específicos ou em agências, sempre se depararam com dificuldades na explanação da sua actividade, principalmente Gestores de Produto, Directores de Marketing (DM) ou Directores-Gerais (DG). Porquê? No primeiro caso porque alguns ainda consideram que a nossa actividade pode ser realizada por qualquer um (na esfera da assessoria, basta ligar aos amigos e a notícia é publicada). No que concerne os DM e DG ou CEO’s, porque estão habituados a medir objectivamente os resultados. Para quem está habituado a lidar com gráficos e fórmulas sobre receitas, depesas, títulos negociáveis, impostos, etc., não é fácil visualizar a imaterialidade a seco de graus de notoriedade, valorizações comunicacionais, valorizações noticiosas e Relatórios de Retorno de Investimento que variam de empresa para empresa. Assim, é importante cruzar discursos e encontrar uma ponte que aproxime os profissionais de comunicação de outros técnicos com uma visão mais numérica do mundo.
- Reforçar os conhecimentos na área do marketing – actualmente, e por força do excesso mediático que nos rodeia, é fundamental incorporar na nossa actividade ferramentas que nos permitam ir mais longe na definição criativa de Planos Estratégicos de Comunicação. O factor surpresa, que se traduz em mais impacto mediático, requer novas linhas de pensamento que nos obrigam a procurar ideias e noções em disciplinas como o marketing (marketing creative mix?). Falar de marketing não é complicado (mesmo de uma forma mais ou menos vaga já o incorporamos no nosso trabalho diário). O complicado é traduzir algo criado por esta disciplina em algo que realmente valha a pena comunicar.
Só posso recomendar a todos os finalistas em Comunicação uma formação semelhante. Mesmo a todos aqueles que fugiram da Matemática como o Diabo foge da cruz.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
No centro da investigação
Por motivos profissionais, estarei ausente do país até à próxima quinta-feira, dia 20 de Setembro. O trabalho de consultor de comunicação acarreta esta dinâmica e assim estarei em França a participar numa visita às várias instalações da Sanofi, na companhia de 96 jornalistas de todo o mundo.
Para além dos Media Briefings previstos para Paris, teremos a oportunidade de visitar as instalações de pesquisa e desenvolvimento de Lyon e Montpellier. Neste último caso iremos acompanhar a produção da primeira vacina criada para prevenir um cancro (a Gardasil, para a prevenção do Papilomavírus Humano, responsável pelo cancro do colo do útero – em Portugal morre uma mulher por dia devido ao cancro do colo do útero e são diagnosticados por ano cerca de 950 novos casos).
Entre as viagens de avião, bus e TVG, tentarei deixar neste espaço alguma informação sobre o trabalho realizado e a formatação comunicacional utilizada para a divulgação da informação desta multinacional de origem francesa. Mesmo sendo uma viagem bem ritmada (e calhar no meu aniversário) sinto-me privilegiado por me ter sido endereçado este convite. Afinal, não é todos os dias que podemos vislumbrar o futuro. Da nossa e da Saúde dos outros.
Para além dos Media Briefings previstos para Paris, teremos a oportunidade de visitar as instalações de pesquisa e desenvolvimento de Lyon e Montpellier. Neste último caso iremos acompanhar a produção da primeira vacina criada para prevenir um cancro (a Gardasil, para a prevenção do Papilomavírus Humano, responsável pelo cancro do colo do útero – em Portugal morre uma mulher por dia devido ao cancro do colo do útero e são diagnosticados por ano cerca de 950 novos casos).
Entre as viagens de avião, bus e TVG, tentarei deixar neste espaço alguma informação sobre o trabalho realizado e a formatação comunicacional utilizada para a divulgação da informação desta multinacional de origem francesa. Mesmo sendo uma viagem bem ritmada (e calhar no meu aniversário) sinto-me privilegiado por me ter sido endereçado este convite. Afinal, não é todos os dias que podemos vislumbrar o futuro. Da nossa e da Saúde dos outros.
Uma semana de Saúde– com o apoio do FirstWord
Segunda-Feira – 10 de Setembro de 2007
O jornal de referência The New York Times, anuncia o Senado Norte-Americano prepara-se para aprovar nova legislação com o objectivo de obrigar as empresas farmacêuticas a divulgar os pagamentos e ofertas efectuadas a médicos. Todo o tipo de ajudas deverão ser devidamente declaradas, nomeadamente despesas de formação, eventos, bolsas, entre outros. Tudo em nome da transparência.
Terça-feira – 11 de Setembro de 2007
De acordo com um novo estudo publicado no Archives of Internal Medicine, entre 1998 e 2005, as situações fatais relacionadas com a toma de medicamentos mais que dobraram. De acordo com os investigadores, “ o aumento de lesões demonstra que o actual sistema de avaliação da segurança dos medicamentos não é o mais adequado e urge que surjam mudanças legislativas e institucionais”. Um desafio global que se coloca tanto às empresas do sector como às instituições públicas e privadas que dela fazem parte.
Quarta-feira – 12 de Setembro de 2007
Um estudo publicado no jornal de referência JAMA sugere que o uso do medicamento Avandia da GlaxoSmithKline poderá contribuir para um aumento do risco de enfarte do miocárdio. Para a GlaxoSmithKline, os dados revelados "não são inteiramente conclusivos”. O Avandia, é um medicamento tomado por diabéticos por forma e melhor controlar os níveis de açúcar no sangue.
Quinta-feira – 13 de Setembro de 2007
A multinacional Novartis espera que a sua unidade farmacêutica atinja um crescimento de dois dígitos no período de 2008-2011. A farmacêutica têm hoje 139 projectos em desenvolvimento, sendo que 94 já foram apresentados e submetidos às entidades reguladoras. Recentemente circularam informações que indiciavam um interesse da Novartis em adquirir a Bayer. Esta nos últimos 3 anos adquiriu a unidade de OTC’s da Roche (2005) e mais recentemente a Schering (2006), tendo a sua unidade farmacêutica passando a intitular-se Bayer Schering Pharma.
Sexta-feira – 14 de Setembro de 2007
A Ortho McNeil, companhia pertencente à multinacional Johnson & Johnson e a Isis Pharmaceuticals acabam de oficializar uma parceria com o objectivo de desenvolver e comercializar medicamentos “antisense” (tratamentos criados com tecnologia RNA de descodificação genética) para o combate a doenças metabólicas como a diabetes e a obesidade. No âmbito deste negócio, que poderá valer mais de 275 milhões de euros à Isis, a Johnson & Johnson ficará detentora dos direitos de comercialização de duas novas substâncias activas para o tratamento da diabetes (ainda em fase de investigação) – a ISIS 325568 e a ISIS 377131. Estas moléculas só deverão chegar aos doentes em forma de medicamento dentro de 5 a 10 anos.
O jornal de referência The New York Times, anuncia o Senado Norte-Americano prepara-se para aprovar nova legislação com o objectivo de obrigar as empresas farmacêuticas a divulgar os pagamentos e ofertas efectuadas a médicos. Todo o tipo de ajudas deverão ser devidamente declaradas, nomeadamente despesas de formação, eventos, bolsas, entre outros. Tudo em nome da transparência.
Terça-feira – 11 de Setembro de 2007
De acordo com um novo estudo publicado no Archives of Internal Medicine, entre 1998 e 2005, as situações fatais relacionadas com a toma de medicamentos mais que dobraram. De acordo com os investigadores, “ o aumento de lesões demonstra que o actual sistema de avaliação da segurança dos medicamentos não é o mais adequado e urge que surjam mudanças legislativas e institucionais”. Um desafio global que se coloca tanto às empresas do sector como às instituições públicas e privadas que dela fazem parte.
Quarta-feira – 12 de Setembro de 2007
Um estudo publicado no jornal de referência JAMA sugere que o uso do medicamento Avandia da GlaxoSmithKline poderá contribuir para um aumento do risco de enfarte do miocárdio. Para a GlaxoSmithKline, os dados revelados "não são inteiramente conclusivos”. O Avandia, é um medicamento tomado por diabéticos por forma e melhor controlar os níveis de açúcar no sangue.
Quinta-feira – 13 de Setembro de 2007
A multinacional Novartis espera que a sua unidade farmacêutica atinja um crescimento de dois dígitos no período de 2008-2011. A farmacêutica têm hoje 139 projectos em desenvolvimento, sendo que 94 já foram apresentados e submetidos às entidades reguladoras. Recentemente circularam informações que indiciavam um interesse da Novartis em adquirir a Bayer. Esta nos últimos 3 anos adquiriu a unidade de OTC’s da Roche (2005) e mais recentemente a Schering (2006), tendo a sua unidade farmacêutica passando a intitular-se Bayer Schering Pharma.
Sexta-feira – 14 de Setembro de 2007
A Ortho McNeil, companhia pertencente à multinacional Johnson & Johnson e a Isis Pharmaceuticals acabam de oficializar uma parceria com o objectivo de desenvolver e comercializar medicamentos “antisense” (tratamentos criados com tecnologia RNA de descodificação genética) para o combate a doenças metabólicas como a diabetes e a obesidade. No âmbito deste negócio, que poderá valer mais de 275 milhões de euros à Isis, a Johnson & Johnson ficará detentora dos direitos de comercialização de duas novas substâncias activas para o tratamento da diabetes (ainda em fase de investigação) – a ISIS 325568 e a ISIS 377131. Estas moléculas só deverão chegar aos doentes em forma de medicamento dentro de 5 a 10 anos.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Deve ter havido engano
A edição online de hoje do jornal Briefing, publica uma interessante notícia sobre a agência de comunicação Lift. Aparentemente decalcado de algum Press Release remetido o texto tem o condão de nos divertir (uma boa gargalhada às 8h45m sabe sempre bem) e espantar (o que à mesma hora já não sabe assim tão bem pois pensamos que sair da cama às 7h só nos faz mal ao cérebro).
O primeiro parágrafo da notícia é dedicado ao facto de a Lift ter começado a trabalhar a comunicação da United Colours of Benetton sendo que (e agora vem um dos pontos desconcertantes do texto) a conta já tinha sido ganha em Janeiro de 2007. Se a Benetton andou este tempo todo a pagar uma avença este é, sem dúvida, um dos negócio do ano na área das agências de comunicação (um cliente rentável sem dúvida) senão, 9 meses para decidir estratégias de comunicação e linhas de trabalho não abona nada em relação à marca.
Mas o melhor ainda está para vir: a conta será gerida por Marta Meneres, na sua condição de gerente da Lift Lifestyle e tendo como interlocutora da parte da Benetton (aposto que esta não adivinham...) Marta Meneres, Directora de Comunicação da…Benetton. Esta situação, no mínimo bizarra, levanta um conjunto de questões como “se houve concurso, Marta Meneres participou como júri? Se não, adjudicou a conta directamente à Lift?”, “Quem avaliará o trabalho de consultoria da Lift e os respectivos resultados?”. Aposto que nesta parceria, arranjar consensos em questões delicadas de comunicação não será muito difícil. O contrário seria bem divertido de assistir.
O primeiro parágrafo da notícia é dedicado ao facto de a Lift ter começado a trabalhar a comunicação da United Colours of Benetton sendo que (e agora vem um dos pontos desconcertantes do texto) a conta já tinha sido ganha em Janeiro de 2007. Se a Benetton andou este tempo todo a pagar uma avença este é, sem dúvida, um dos negócio do ano na área das agências de comunicação (um cliente rentável sem dúvida) senão, 9 meses para decidir estratégias de comunicação e linhas de trabalho não abona nada em relação à marca.
Mas o melhor ainda está para vir: a conta será gerida por Marta Meneres, na sua condição de gerente da Lift Lifestyle e tendo como interlocutora da parte da Benetton (aposto que esta não adivinham...) Marta Meneres, Directora de Comunicação da…Benetton. Esta situação, no mínimo bizarra, levanta um conjunto de questões como “se houve concurso, Marta Meneres participou como júri? Se não, adjudicou a conta directamente à Lift?”, “Quem avaliará o trabalho de consultoria da Lift e os respectivos resultados?”. Aposto que nesta parceria, arranjar consensos em questões delicadas de comunicação não será muito difícil. O contrário seria bem divertido de assistir.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Uma questão de confiança
A relação do técnico de comunicação, account, consultor (e outras nomenclaturas que proliferam nas agências de comunicação e RP) com o seu cliente, é algo imaterial que permanece em constante escrutínio superior, avaliada em função dos sucessos, resultados obtidos, rapidez da resposta mas, e muito importante, da empatia criada entre ambas as partes.
Sobre este tema, gostaria de recomendar “The Trusted Advisor”, um interessante livro que estou agora a terminar da autoria de Tom Peters, David Maister, Charles Gren e Robert Galford. Trata-se de um detalhado guia, indicado para todos aqueles que fazem da Consultoria o seu trabalho, que procura descodificar os conceitos de confiança e respeito entre clientes e consultores.
Segundo os autores, as relações profissionais bem sucedidas (em tradução livre):
- Crescem com o tempo e não aparecem espontaneamente
- Têm tanto de racional como de emocional
- São relacionamentos de duas vias
- Ambas as partes conhecem de todas as esferas de actuação e o papel de cada um
- É diferente para o cliente do que é para o consultor
- Acaba por se tornar pessoal
Para que as relações evoluam:
- O consultor deverá ter a primeira palavra sobre questões relacionadas com a sua área de intervenção
- É importante ilustrar de forma clara os problemas
- É importante ouvir e estar com atenção ao que é diferente e não ao que é familiar
- É importante verificar que as dicas e as suas razões são bem entendidos
- É importante ganhar o direito para explanar as nossas ideias
- É importante continuar a perguntar
- É importante explicar de forma clara o que se pretende
- É importante pedir ajuda quando precisamos
- É importante mostrar interesse no nosso interlocutor
- Podemos usar elogios mas não bajulação
- Quando as coisas correm bem, é importante reconhecer o trabalho de todos os envolvidos
Sobre este tema, gostaria de recomendar “The Trusted Advisor”, um interessante livro que estou agora a terminar da autoria de Tom Peters, David Maister, Charles Gren e Robert Galford. Trata-se de um detalhado guia, indicado para todos aqueles que fazem da Consultoria o seu trabalho, que procura descodificar os conceitos de confiança e respeito entre clientes e consultores.
Segundo os autores, as relações profissionais bem sucedidas (em tradução livre):
- Crescem com o tempo e não aparecem espontaneamente
- Têm tanto de racional como de emocional
- São relacionamentos de duas vias
- Ambas as partes conhecem de todas as esferas de actuação e o papel de cada um
- É diferente para o cliente do que é para o consultor
- Acaba por se tornar pessoal
Para que as relações evoluam:
- O consultor deverá ter a primeira palavra sobre questões relacionadas com a sua área de intervenção
- É importante ilustrar de forma clara os problemas
- É importante ouvir e estar com atenção ao que é diferente e não ao que é familiar
- É importante verificar que as dicas e as suas razões são bem entendidos
- É importante ganhar o direito para explanar as nossas ideias
- É importante continuar a perguntar
- É importante explicar de forma clara o que se pretende
- É importante pedir ajuda quando precisamos
- É importante mostrar interesse no nosso interlocutor
- Podemos usar elogios mas não bajulação
- Quando as coisas correm bem, é importante reconhecer o trabalho de todos os envolvidos
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Haja bom senso
Reparo na notícia de hoje na edição online da Meios & Publicidade sobre o facto da Serra Pinto Health Solutions ter operado alterações na sua estrutura editorial e comercial. Fico contente por saber que o grupo já não se intitula Serra Pinto Media Health Solutions (repararam na estranha semelhança? Eles no início não…) como há 3 meses. Este facto provocou alguns curiosos telefonemas de parceiros e potenciais parceiros, querendo saber mais sobre esta “nova MediaHealth” (uma marca registada como o r à frente da palavra devidamente atesta) que lhes estava a propor um conjunto de novos projectos comerciais. O processo passou para a esfera jurídica mas, pelos vistos, no grupo do Pedro Serra Pinto, o bom senso imperou.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Boas impressões
Na sequência de um projecto de sensibilização pública que estamos a desenvolver na agência, tive o prazer de me reunir com Maria do Céu Machado, Alta Comissária da Saúde. Prazer porque não conhecia pessoalmente a pediatra agora responsável por este importante cargo que, com simpatia, facilitou a conversa e a exposição da iniciativa.
Directa, objectiva, pratica e preocupada com os aspectos preventivos da Saúde em Portugal, logo se disponibilizou a agilizar processos e avançar com um protocolo de referência. Gostei. Para além do mais confidenciou-nos que desde o início do ano já tinha contabilizado cerca de 46 viagens de avião. Um verdadeiro corrupio constante para quem mantém aquela energia.
Directa, objectiva, pratica e preocupada com os aspectos preventivos da Saúde em Portugal, logo se disponibilizou a agilizar processos e avançar com um protocolo de referência. Gostei. Para além do mais confidenciou-nos que desde o início do ano já tinha contabilizado cerca de 46 viagens de avião. Um verdadeiro corrupio constante para quem mantém aquela energia.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Merck e Vioxx: uma já passou
O Supremo Tribunal de New indeferiu ontem um processo global contra a Merck Company, no âmbito da retirada do mercado do anti-inflamatório Vioxx. Trata-se de uma grande vitória legal para a companhia que mesmo assim ainda tem por resolver outros 27,000 processos individuais de doentes que referem que o Vioxx, utilizado para o tratamento de artrites, poderá ter causado um grande número de ataques cardíacos.
Caso a Merck tivesse perdido este processo, poderia ter de pagar uma indemnização na ordem dos 18 biliões de dólares. Como nota de referência, os lucros da companhia em 2006 cifraram-se em 22.6 biliões de dólares. Seria pois um rombo de difícil digestão. Na sequência desta vitória, as acções da companhia subiram para os 50.47 dólares.
Ao ler a notícia, relembro duas coisas: a forma brilhante como o meu estimado colega Miguel Vieira, Director de Comunicação da Merck geriu a grave crise comunicacional na altura que tudo começou. E como é frágil a linha que separa a descoberta de um milagre (um medicamento que definitivamente faz a diferença e muda a vida dos doentes) e um desastre (um tratamento que afinal tem mais efeitos adversos e negativos que positivos).
Caso a Merck tivesse perdido este processo, poderia ter de pagar uma indemnização na ordem dos 18 biliões de dólares. Como nota de referência, os lucros da companhia em 2006 cifraram-se em 22.6 biliões de dólares. Seria pois um rombo de difícil digestão. Na sequência desta vitória, as acções da companhia subiram para os 50.47 dólares.
Ao ler a notícia, relembro duas coisas: a forma brilhante como o meu estimado colega Miguel Vieira, Director de Comunicação da Merck geriu a grave crise comunicacional na altura que tudo começou. E como é frágil a linha que separa a descoberta de um milagre (um medicamento que definitivamente faz a diferença e muda a vida dos doentes) e um desastre (um tratamento que afinal tem mais efeitos adversos e negativos que positivos).
Pela nossa Saúde
Ainda este ano, os médicos dos Hospitais da Universidade de Coimbra ficaram impossibilitados, por um período de dois meses, de efectuar biopsias. Para não ultrapassar o budget inicialmente definido pelo Ministério das Saúde, nem as agulhas puderam adquirir e assim tiveram que protelar um conjunto de operações para mais tarde.
No combate défice versus homem, quem vai ganhar o combate? Para já, parece o primeiro já leva uns pontos de avanço.
No combate défice versus homem, quem vai ganhar o combate? Para já, parece o primeiro já leva uns pontos de avanço.
Outras realidades
A Associação Britânica da Indústria Farmacêutica (ABPI - http://www.abpi.org.uk/), numa decisão inédita no seu historial, acaba de aceitar como membro oficial, uma agência de meios exclusivamente dedicada à área da Saúde (Bartlett Davis Communication).
Segundo os especialistas locais, esta medida poderá indiciar uma disponibilidade da ABPI em acolher como membros empresas de outras esferas como agências de comunicação e RP dedicadas à área da Saúde (para alguns este possibilidade é vista como forma de estreitar a sua vigilância legislativa perante os excessos comunicacionais de alguns dos seus actuais membros, principalmente no que concerne campanhas direct-to-consumer e promoção de medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória).
Como a MediaHealth Portugal não é nem será tão cedo membro da APECOM (what’s the gain?) APIFARMA, aqui vamos nós?...
Segundo os especialistas locais, esta medida poderá indiciar uma disponibilidade da ABPI em acolher como membros empresas de outras esferas como agências de comunicação e RP dedicadas à área da Saúde (para alguns este possibilidade é vista como forma de estreitar a sua vigilância legislativa perante os excessos comunicacionais de alguns dos seus actuais membros, principalmente no que concerne campanhas direct-to-consumer e promoção de medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória).
Como a MediaHealth Portugal não é nem será tão cedo membro da APECOM (what’s the gain?) APIFARMA, aqui vamos nós?...
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Na luta contra a obesidade
Li recentemente que a Galp Energia acaba de assinar um protocolo com Ministério da Saúde para execução da Plataforma Nacional contra a Obesidade, uma iniciativa de interesse público, direccionada a toda a população portuguesa.
Este acordo foi assinado pelo Ministro da Saúde, António Correia de Campos, e pelo presidente do Conselho de Administração da Galp Energia, Francisco Murteira Nabo.
A Plataforma Nacional contra a Obesidade visa o reforço da actual intervenção do Estado na área da Saúde, nesta área específica. Neste contexto, a Galp Energia disponibilizará as suas áreas de serviço e postos de abastecimento para a colocação de outdoors e mensagens na facturação emitida por sociedades que pertencem ao mundo Galp. Parece-me bem.
Passo a descrever uma loja da gasolineira à qual recorro usualmente (Av. de Pádua em Lisboa): logo ao entrar, dou de caras com todo o tipo de bombons, chocolates e afins. Enquanto me encaminho para o balcão encontro no meu lado esquerdo prateleiras repletas de Mars, Kinders Surpresa, coloridas gomas, M&Ms, chupa-chupas, KitKats, entre outros. Ao meu lado direito, as prateleiras apresentam pacotes de Cheetos e batatas fritas de vários sabores, feitios e tamanhos. No balcão central, displays das pastilhas elásticas com açúcar, sem açúcar, canela, menta, baunilha e maçã adornam o local. Trata-se de um bombardeamento visual calórico que resisto sem sacrifício. Duvido é que uma criança que vá acompanhar o respectivo pai faça o mesmo e não saia dali sem uma boa dose de calorias no sangue.
Acredito que a obesidade não é uma situação que seja apenas resolvido com outdoors ou slogans minimamente inspirados. Trata-se de um sério problema nacional (que afecta mais de 50 por cento da população total portuguesa e 24 por cento das crianças em idade escolar) e mundial que merece medidas de fundo que contribuam para reais mudanças de hábitos.
Não contesto o valor meritório da campanha “Energia positiva contra a obesidade” mas, como está neste momento definida, sabe realmente a pouco…
Este acordo foi assinado pelo Ministro da Saúde, António Correia de Campos, e pelo presidente do Conselho de Administração da Galp Energia, Francisco Murteira Nabo.
A Plataforma Nacional contra a Obesidade visa o reforço da actual intervenção do Estado na área da Saúde, nesta área específica. Neste contexto, a Galp Energia disponibilizará as suas áreas de serviço e postos de abastecimento para a colocação de outdoors e mensagens na facturação emitida por sociedades que pertencem ao mundo Galp. Parece-me bem.
Passo a descrever uma loja da gasolineira à qual recorro usualmente (Av. de Pádua em Lisboa): logo ao entrar, dou de caras com todo o tipo de bombons, chocolates e afins. Enquanto me encaminho para o balcão encontro no meu lado esquerdo prateleiras repletas de Mars, Kinders Surpresa, coloridas gomas, M&Ms, chupa-chupas, KitKats, entre outros. Ao meu lado direito, as prateleiras apresentam pacotes de Cheetos e batatas fritas de vários sabores, feitios e tamanhos. No balcão central, displays das pastilhas elásticas com açúcar, sem açúcar, canela, menta, baunilha e maçã adornam o local. Trata-se de um bombardeamento visual calórico que resisto sem sacrifício. Duvido é que uma criança que vá acompanhar o respectivo pai faça o mesmo e não saia dali sem uma boa dose de calorias no sangue.
Acredito que a obesidade não é uma situação que seja apenas resolvido com outdoors ou slogans minimamente inspirados. Trata-se de um sério problema nacional (que afecta mais de 50 por cento da população total portuguesa e 24 por cento das crianças em idade escolar) e mundial que merece medidas de fundo que contribuam para reais mudanças de hábitos.
Não contesto o valor meritório da campanha “Energia positiva contra a obesidade” mas, como está neste momento definida, sabe realmente a pouco…
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Um pesadelo de Relações Públicas
A Johnson & Johnson (J&J) acaba de processar a Cruz Vermelha Norte-Americana pela utilização da cruz vermelha (registado oficial J&J's) em kits de primeiros socorros e luvas médicas, ambos vendidos a grande público (notícia Reuters).
A multinacional farmacêutica solicitou a entrega de todo o resultado das vendas dos vários produtos enquanto que os representantes da Cruz Vermelha consideraram esta uma acção obscena já que o dinheiro "destina-se a acções humanitárias".
Alguns factos interessantes:
Fundação da Cruz Vermelha Norte-Americana - Maio de 1881.
Início da utilização do símbolo da cruz vermelha pela J&J - 1887.
Numa altura em que as grandes companhias farmacêuticas renovam o seu posicionamento e tentam melhorar a sua imagem perante o grande público, humanizando conceitos e ideias, esta acção da J&J constitui-se como um pequeno desastre de Relações Públicas, que certamente terá importantes repercussões a médio o longo prazo no valor institucional da companhia.
Resposta oficial da J&J
http://www.jnj.com/news/jnj_news/20070809_081717.htm
A multinacional farmacêutica solicitou a entrega de todo o resultado das vendas dos vários produtos enquanto que os representantes da Cruz Vermelha consideraram esta uma acção obscena já que o dinheiro "destina-se a acções humanitárias".
Alguns factos interessantes:
Fundação da Cruz Vermelha Norte-Americana - Maio de 1881.
Início da utilização do símbolo da cruz vermelha pela J&J - 1887.
Numa altura em que as grandes companhias farmacêuticas renovam o seu posicionamento e tentam melhorar a sua imagem perante o grande público, humanizando conceitos e ideias, esta acção da J&J constitui-se como um pequeno desastre de Relações Públicas, que certamente terá importantes repercussões a médio o longo prazo no valor institucional da companhia.
Resposta oficial da J&J
http://www.jnj.com/news/jnj_news/20070809_081717.htm
A melhor ideia de marketing da década?
Recentemente a Janssen resolveu lançar nos Estados Unidos uma das mais ilógicas peças de marketing de que há memória: sacos de pipocas para fazer em casa, com o nome do um dos seus produtos mais conhecidos (Risperdal).
É necessário puxar (e bem...) pela imaginação para conseguir fazer a ponte entre pipocas e um medicamento antipsicótico, aprovado para tratamento de patologias como a esquizofrenia e doença bipolar. Eu sei que estamos a atravessar um período em que vale tudo para impressionar os respectivos clientes mas objectos promocionais como este indiciam que alguns profissionais da indústria farmacêutica precisam urgentemente de renovar conceitos e estratégias.
Pelo menos a embalagem informa que as pipocas "contains no active drug"....
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