sexta-feira, 9 de novembro de 2007

De volta do intervalo

Gostaria de pedir desculpa pelo hiato de tempo entre este e o último post mas trabalho, exames e afins, impediram-me de aqui voltar mais cedo a este pequeno espaço. Situação que procurarei evitar no futuro, sabendo que quando este passar a presente, provavelmente acontecerá o mesmo…

Um colega de área, pediu-me para comentar as mais recentes novidades relativas à vacina contra o colo do útero e a sua introdução no Plano Nacional de Vacinação (PNV).

Sendo uma atitude meritória do nosso Governo, acho que o nosso Ministro da Saúde utilizou argumentos verdadeiramente idiotas pelo atraso na resolução. Citando o mesmo nas notícias publicadas, a decisão política sobre a vacina contra o vírus do útero só foi possível agora “porque o primeiro estudo «completamente independente» surgiu há três meses”. Ao utilizar este tipo de argumentação, Correia de Campos acaba por:

- Colocar no lixo um conjunto de mais de uma vintena estudos médico-científicos realizados na última década por especialistas internacionais sobre a eficácia da vacina;
- Subtilmente referir que, qualquer estudo patrocinado por empresas farmacêuticas tem pouca credibilidade (mesmo que os mesmos sejam avaliados por comités internacionais autónomos e controlados exaustivamente);
- Questionar a competência de governos como o Francês, Australiano, Alemão, etc. que aprovaram a comparticipação e/ou integração da vacina pouco tempo após a sua chegada ao mercado, tendo por base os resultados dos estudos científicos previamente realizados.

A grande verdade é que o nosso Governo sempre esteve à espera da chegada da segunda vacina ao nosso país para assim poder lançar um concurso público e ver qual das companhias, Sanofi ou Glaxo, poderá baixar mais o preço. No fundo, e por mais desculpas esfarrapadas que se encontrem, continua a ser tudo uma questão de dinheiro ou, neste caso, falta dele.

3 comentários:

Unknown disse...

Achas mesmo que vacinar gratuitamente todas as miúdas de 12 anos era uma das prioridades de saúde para o nosso país?

E ainda por cima vaciná-las OBRIGATORIAMENTE, com a introdução da vacina no PNS?

Com o dinheiro que iremos pagar por esta medida não teriamos conseguido melhores "negócios" para a saúde dos portugueses?

AG

J. Azevedo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
J. Azevedo disse...

Quando se trata de, potencialmente, erradicar uma doença mortal, não acho que haja melhor negócio para a Saúde dos portugueses.

Esta vacina devia ser obrigatória, como acontece com grande parte dos países desenvolvidos. E protelar uma decisao com verdadeiras implicações para a redução da mortalidade do cancro na mulher portuguesa por questões financeiras mostra a verdadeira realidade de um país como o nosso.