quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Para ler e reflectir

O blogue Freakonomics publicou recentemente um exaustivo texto dedicado ao tema "What Don’t We Know About the Pharmaceutical Industry?"

Neste artigo, cinco especialistas médicos procuraram responder a uma simples questão: " What’s something that most people don’t know, pro or con, about the pharmaceutical business, whether from an R&D, economic, or political perspective?"

Vale e pena consultar não só o post como também os comentários em
http://freakonomics.blogs.nytimes.com/2008/01/24/what-dont-we-know-about-the-pharmaceutical-industry-a-freakonomics-quorum/

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

É Carnaval, ninguém leva a mal

Esta semana recebi um mail de um estimado colega de profissão (prometi não referir o seu nome mas refiro que mesmo trabalha no Departamento de Comunicação de uma conhecida multinacional) desafiando-me a publicar no blogue o texto anexado. Como não resisto a um bom desafio, cá fica a sua mais recente introspecção sobre o mundo da comunicação, numa mistura de humor Malucos do Riso com Kotler.

“Novo conceito inovador na área das RP rompe com paradigmas tradicionais

Acabei de criar um conceito e preciso da opinião de dois experts da área. Tem a ver com um mix de comunicação viral com marketing de guerrilha: é a Comunicação de VIRILHA. São aquelas acções que tão quase ali a tocar na zona sensível da comunicação mas no entanto não perdem a "rectidão" de vista. Acho que fazem falta mais acções destas para abanar o mercado. VIRILHA é o futuro. Podem escrever nos vossos blogs...;)”

Bom Carnaval para todos, estarei de regresso dia 6 de Fevereiro após um bom fim-de-semana mais que prolongado.

Um dia talvez

Na sequência do post anterior, aqui deixo um tópico para reflexão: Será que um dia ainda teremos uma agência de comunicação e relações públicas incorporada em alguma lista Best Place to Work? O que é que ainda falta às empresas do sector para lá chegar?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Reconhecimento mais que merecido


A Genzyme Portugal foi premiada esta semana pela Revista EXAME e a consultora Heidrick & Struggles (H&S) com o galardão de melhor PME para trabalhar em Portugal conquistando ainda o terceiro lugar no ranking geral “As melhores empresas para trabalhar em Portugal" à frente de grandes empresas como o BES, a EDP ou a MacCann-Erickson. A Genzyme é uma multinacional de biotecnologia com sede em Boston e que actua na área das doenças raras. Actualmente a companhia conta com 10 mil colaboradores, distribuídos por 80 países.

Tendo por base os três anos de parceria comunicacional partilhada, posso afirmar que este é um reconhecimento justíssimo que só vem confirmar que:

- Uma equipa totalmente motivada faz realmente a diferença;
- Uma empresa com poucos processos burocráticos desenvolve tempos de resposta muito mais rápidos;
- Uma Direcção que aposta no bem-estar e desenvolvimento dos seus colaboradores só tem a ganhar;
- Uma equipa que partilha as informações com os seus parceiros só tem a ganhar;
- Uma empresa que aposta em projectos com resultados a médio e longo prazo demonstra visão;
- Enfrentar os desafios de forma positiva ajuda a resoluções mais eficazes e atempadas;
- Uma empresa que compreende o valor da comunicação, interna e externa, só tem a ganhar.

Mais uma vez aqui deixo os meus parabéns para a equipa liderada por Alberto Inez, não resistindo a publicar esta pequena foto, tirada na cerimónia da entrega dos prémios, e que representa o espírito da equipa. Nas t-shirts pode-se ler “Genzyme do it better”.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Todos em harmonia comunicacional

De acordo com o Meios & Publicidade online de hoje (29-01-2008), uma elevada percentagem de jornalistas de imprensa, 25 or cento para ser mais exacto, afirmam querer abandonar a profissão. Esta informação refere-se a um novo estudo noticiado no o site Editor&Publisher e levado a cabo por um professor da Universidade de Ball State, nos Estados Unidos.

No entanto, os jornalistas que dizem ter vontade de abandonar a profissão não pretendem sair necessariamente da indústria dos media. De acordo com o autor do estudo os jornalistas pretendem, acima de tudo, tornar-se freelancers ou relações públicas. Percebo a liberdade intrínseca à primeira hipótese mas quanto à segunda fico na dúvida. Uma profissão de charme ou apenas a percepção de que o desgaste é menor e as compensações financeiras maiores?

Seria interessante desenvolver um estudo semelhante em Portugal. Até porque esta relação de amor-ódio que já se verifica em alguns casos poderá, afinal, ter solução numa boa sessão conjunta de Psicanálise Freudiana.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Uma área em crise comunicacional permanente

A trágica morte do actor australiano Health Ledger em Nova Iorque, contribuiu, por arrasto, para o início de uma campanha de imagem negativa contra o Stilnox (também em Portugal com este nome), um medicamento desenvolvido e comercializado pela multinacional farmacêutica Sanofi Aventis.

Trata-se de um produto destinado ao tratamento de curto prazo de insónias, isoladas ou associadas com estados de ansiedade e outros quadros psiquiátricos (consultar http://www.infarmed.pt/) e que foi encontrado junto ao actor.

Algumas das notícias divulgaram a presença da caixa de medicamento no local, levantando novamente a temática da segurança medicamentosa e provocando uma situação de crise comunicacional com potencial risco elevado. A companhia já veio dizer (e com razão) que não é apropriado neste momento promover qualquer tipo de associação entre o medicamento e a morte do jovem actor mas o que é certo é que esta situação já começou a provocar algum stress na equipa de Comunicação e Relações Públicas da companhia (central e EUA). Aqui estamos perante, mais uma vez, a dicotomia de comunicação que coloca na balança "o que é" e "o que parece ser".

Efectivamente e no que concerne a processos de gestão de crise, a área da Saúde não dá descanso. Até porque este tipo de situações tendem a espalhar-se à escala planetária a uma velocidade estonteante e as consequências podem ser verdadeiramente letais.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Mais uma semana calma no mundo da comunicação em Saúde

Esta semana um dos temas quentes nos EUA foi o facto de tanto a Merck & Co. como Schering-Plough Corp. terem alegadamente (essa palavra tão protectora do ponto de vista jornalístico) escondido durante mais de um ano informações sobre os resultados pouco satisfatórios referentes a ensaios clínicos com Vytorin (medicamento para a aterosclerose). Tentação de quem investe 250 milhões de euros num produto e no final descobre que o sucesso do mesmo poderá não ser tão grande como pensado.

A explosão comunicacional sobre este tema deriva também do facto do New York Times ter publicado recentemente um exaustivo artigo sobre a fibromialgia (Síndrome da Fadiga Crónica) no qual muitos médicos referem não acreditar sequer que tal seja uma doença mas uma boa invenção de uma máquina de marketing bem oleada, auxiliada por uma forte estratégica de RP. Se num passado recente alguns profissionais em comunicação eram acusados de “inventar notícias”, agora passaram a “inventar doenças”, com sintomas físicos e tudo. Vai um Press Release para curar aquelas pontadas nas costas que nos desgraçam alguns finais de semana?

Por cá a fava esta semana lá nos saiu a nós. Admito que um processo de gestão de crise comunicacional é cansativo e extenuante mas, ao mesmo tempo, extremamente estimulante. Avaliação dos cenários, elaboração de Q&A, decisões a minuto, telemóveis que não param, notícias cujos títulos não reflectem o verdadeiro conteúdo das notícias. Enfim, um autêntico rodopio mediático que, mais uma vez, vem confirmar uma necessidade óbvia: a criação do cargo de Editor de Saúde em meios de referência nacional tem de ser encarada como uma prioridade e não um capricho. De preferência alguém com uma formação académica na área da medicina/ciência e jornalismo.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O que nos leva a escolher?

Nos últimos três meses, tive a oportunidade (e o prazer) de entrevistar duas candidatas para o lugar de Sénior Consultant, ambas provenientes de Departamentos de Comunicação de multinacionais de diferentes áreas. Porque tal não é uma situação particularmente normal (90 por cento dos consultores de comunicação a trabalhar em agências têm por objectivo futuro trabalhar no cliente/empresa), procurei percepcionar quais as principais razões que tinham contribuído para estas tentativas de regresso ao mundo da agências (ambas as colegas tinham iniciado o seu percurso profissional em empresas de comunicação).

Pontos em comum focados:

- A maior incidência nos processos de comunicação interna, relegando a implementação de projectos de comunicação externa (mais especificamente assessoria) para as agências
- A relativa imagem "Neverland" que as agências de comunicação têm versus grandes empresas de outras áreas (as agências são maioritariamente constituídas por equipas de profissionais com idades compreendidas ente os 25 e 35 anos)
- A necessidade de falar e pensar comunicação, não encontrando à volta quem queira partilhar desse conhecimento
- A vontade de multiplicar desafios comunicacionais e projectos de trabalho (diversificação, uma eterna característica humana)
- A difícil adaptação a outros ritmos de trabalho
- A dificuldade em trabalhar Planos de Comunicação formatados internacionalmente e sem grande margem para inovações locais

É interessante verificar os diferentes aspectos que contribuem para uma realização profissional de cada um (aposto que alguns pontos acima focados são os motivos que levam a outros colegas de agências a candidatar-se a lugares em Departamentos de Comunicação de companhias distintas) mas também é motivador verificar que, actualmente, as agências de comunicação e relações públicas também se constituem como portos de chegada e não apenas de partida.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Palcos de Comunicação

De regresso a este espaço estão também alguns textos elaborados por colegas e amigos de área da comuniciação sobre os mais variados temas (uma fora de enriqecer o blogue com outras perspectivas). Assim, aqui ficam as palavras da minha colega Ana Martins dedicadas à passagem da vida académica para o mercado de trabalho.


"Tudo na nossa vida acontece em palcos. Diferentes, semelhantes, repetitivos ou surpreendentes. Vestimos e despimos personagens e acumulamos aprendizagens de cada vez que o pano cai e novas luzes se acendem. É isso que sente um profissional de comunicação quando deixa a faculdade e finalmente entra no enredo selvático e desafiante do trabalho: uma passagem para um novo palco, onde o argumento, a cena e as personagens são diferentes, mas as regras e a base que estão na interpretação se mantêm.

Sou licenciada em Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social, do Instituo Politécnico de Lisboa e trabalho em agências de comunicação há dois anos e meio. Claramente ainda sou uma estudante. A passagem faz-se com receio e expectativa, mas felizmente com a confrontação positiva entre a aprendizagem e a profissão. Durante quatro anos ouvem-se teorias, abordagens, modelos e regras que estão depois na base de todo o trabalho, desde a elaboração de estratégias de comunicação, ao contacto telefónico de trinta segundos com o serviço de agenda de uma redacção. Existe sobretudo o sentido de profissionalismo e de legitimação do trabalho de Relações Públicas: qualquer proposta, e-mail, acção, contacto deverão ser devidamente fundamentados, de acordo com os objectivos do nosso cliente, a mensagem definida e, claro está, as necessidades e características dos nossos públicos. Como poderemos persuadir os órgãos de gestão para uma determinada ideia ou avaliar o nosso trabalho no final de cada projecto, se não tivermos uma argumentação baseada na investigação e na monitorização da envolvente? Já do lado dos públicos alvo da nossa comunicação, como poderemos transmitir uma mensagem ou motivar atitudes ou comportamentos, se não demonstrarmos conhecimento, reflexão e soluções fundamentadas para os seus problemas? Na estimulante área da Saúde, esta questão tem ainda maior relevância. Neste âmbito, o pensamento estratégico e os instrumentos de comunicação, tão explorados ao longo do curso, ganham finalmente corpo quando entramos no mundo real, e tudo parece fazer sentido. Mas o fosso também existe.

No meu primeiro dia de trabalho, pediram-me para fazer um follow-up. “Follow quê?” Então onde estão os planos de comunicação de 90 páginas? Os extensos estudos sobre a organização? Onde estão as múltiplas ferramentas de avaliação de cada uma das acções, os inquéritos e caixas de sugestões? Desaparecem dezenas de conceitos e procedimentos, e surgem novos afazeres: contacto com o cliente, contabilidade, constrangimentos legais, financeiros, logísticos, chefias, ordens. Numa sala de aula somos livres de questionar incessantemente e de propor todas as ideias minimamente razoáveis, ainda que condenadas à impossibilidade da sua concretização. Somos ainda desprendidos de responsabilidades para com uma organização que precisa de sobreviver. A passagem do mundo académico para o mundo profissional, em Comunicação, assenta sobretudo na percepção de sérias responsabilidades e na redução de um universo a um pequeno planeta, levando-nos por vezes a pensar que aprendemos tanto para aplicar tão pouco. Aprendemos a pensar estrategicamente, a gerir uma crise, a organizar um evento, a fazer comunicação interna, campanhas de publicidade, protocolo, jornalismo, marketing, gestão, sociologia, psicologia… E nos primeiros tempos enquanto profissionais, só nos vemos a escrever Press Releases e a fazer relatórios de clipping. Alguma desilusão é inevitável. Mas a boa notícia está aqui: é que o enredo desenvolve-se, e pouco a pouco notamos que se encaixam em vários momentos as diversas aprendizagens, à medida que evoluímos enquanto profissionais. Junta-se ainda o enriquecimento inigualável da aprendizagem com os mais experientes, que como no jogo de estafeta, transportam o testemunho que nos faz sentir que a passagem de um palco para o outro pode ser assustadora, mas simultaneamente apaixonante."

Ana Martins
Senior Consultant MediaHealth Portugal

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Aleluia, de regresso ao convívio cibernético

Não cumprindo o prometido no post anterior, lá deixei de colocar os meus pequenos textos neste espaço que tanto prezo, por um período de tempo demasiado longo.

Uma ausência relacionada com um final de ano verdadeiramente caótico (exames, encerramento de contas, avaliação e preparação de novos projectos para 2008 e, finalmente, duas retemperadoras semanas de férias) e alucinante mas que felizmente terminou bem.

Com a casa arrumada, irei tentar ser mais regular na actualização do blogue até porque, pelo que leio, as áreas da comunicação e Saúde continuam férteis em acontecimentos de destaque (momento zen de hoje - a notícia divulgada na Meios & Publicidade online sobre uma agência de comunicação que apelida os seus clientes de Tangram é uma pequena delicia).

Aqui deixo também uma especial palavra de apreço ao Luis Paixão Martins que tive o prazer de conhecer em Dezembro (obrigado pelo café!) e que teve a amabilidade de me dar a conhecer o espaço da LPM, através de uma visita guiada bem simpática.