segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Vamos lá a aumentar a quota?

Foi recentemente lançada em revistas, jornais, mupies e TV, a nova campanha - Pode Confiar! – destinada à promoção dos medicamentos genéricos. Promovida pelo INFARMED (Associação Portuguesa de Genéricos - APOGEN, onde andas?) parece-me acertado o conceito escolhido. Objectiva a campanha procura, junto dos utentes portugueses, descodificar conceitos como bioequivalência/eficácia (tanto os de marca como os genéricos contêm a mesma substância activa, na mesma dose e na mesma forma farmacêutica), qualidade e segurança, sem conduzir a desnecessárias dores de cabeça. Cores suaves, pessoas comuns, a campanha é simpática mas irá ficar na memória residual por muito pouco tempo.

Considero é que o problema principal neste suave crescimento da quota dos genéricos em Portugal, que actualmente se situa nos 18%, não está na desconfiança da maioria dos utentes perante este tipo de produtos.

Se estes são medicamentos sujeitos a prescrição médica obrigatória, é no acto da consulta que o especialista decide qual a terapêutica que o utente irá levantar na farmácia. E poucos deverão ser aqueles que posteriormente digam “Ó sotôr, mas não há um genérico mais baratito que eu possa tomar em vez deste que me receitou?”. Se estou doente, só quero é ficar bom. E para tal, confio naquele que melhor poderá contribuir para tal – o meu médico. É neste target que reside o poder de escolha (se o farmacêutico for impedido de alterar a receita) e como tal deverá ser ele a ser positivamente impactado com mensagens que não só a de confiança (isso ele já deverá saber).

Compreendo a necessidade do Estado em aumentar a venda dos genéricos – mais baratos, menos comparticipação a pagar, diminuição das despesas com os medicamentos – e acredito que as metas propostas – chegar à quota dos 20% em 2008 – sejam alcançadas mas crescimentos mais elevados só com uma estratégia bem definida a médio e a longo prazo, utilizando métodos de comunicação mais específicos para médicos e farmacêuticos (com um ou dois Governos pelo meio). E até lá, acredito que algumas pequenas companhias de genéricos que actuam no mercado português, provavelmente deixem de existir (já são demasiadas para um mercado tão pequeno).

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