segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O que nos leva a escolher?

Nos últimos três meses, tive a oportunidade (e o prazer) de entrevistar duas candidatas para o lugar de Sénior Consultant, ambas provenientes de Departamentos de Comunicação de multinacionais de diferentes áreas. Porque tal não é uma situação particularmente normal (90 por cento dos consultores de comunicação a trabalhar em agências têm por objectivo futuro trabalhar no cliente/empresa), procurei percepcionar quais as principais razões que tinham contribuído para estas tentativas de regresso ao mundo da agências (ambas as colegas tinham iniciado o seu percurso profissional em empresas de comunicação).

Pontos em comum focados:

- A maior incidência nos processos de comunicação interna, relegando a implementação de projectos de comunicação externa (mais especificamente assessoria) para as agências
- A relativa imagem "Neverland" que as agências de comunicação têm versus grandes empresas de outras áreas (as agências são maioritariamente constituídas por equipas de profissionais com idades compreendidas ente os 25 e 35 anos)
- A necessidade de falar e pensar comunicação, não encontrando à volta quem queira partilhar desse conhecimento
- A vontade de multiplicar desafios comunicacionais e projectos de trabalho (diversificação, uma eterna característica humana)
- A difícil adaptação a outros ritmos de trabalho
- A dificuldade em trabalhar Planos de Comunicação formatados internacionalmente e sem grande margem para inovações locais

É interessante verificar os diferentes aspectos que contribuem para uma realização profissional de cada um (aposto que alguns pontos acima focados são os motivos que levam a outros colegas de agências a candidatar-se a lugares em Departamentos de Comunicação de companhias distintas) mas também é motivador verificar que, actualmente, as agências de comunicação e relações públicas também se constituem como portos de chegada e não apenas de partida.

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