De volta às lides, deparo-me com um novo desafio académico que iniciei este fim-de-semana: um Mestrado Executivo no ISCTE em Gestão Empresarial. Para além de procurar aprofundar as minhas competências formativas, para a escolha deste curso pesaram alguns motivos como:
- Apreender novos conhecimentos matemáticos, estatísticos e de gestão. Os profissionais de comunicação, trabalhando em departamentos específicos ou em agências, sempre se depararam com dificuldades na explanação da sua actividade, principalmente Gestores de Produto, Directores de Marketing (DM) ou Directores-Gerais (DG). Porquê? No primeiro caso porque alguns ainda consideram que a nossa actividade pode ser realizada por qualquer um (na esfera da assessoria, basta ligar aos amigos e a notícia é publicada). No que concerne os DM e DG ou CEO’s, porque estão habituados a medir objectivamente os resultados. Para quem está habituado a lidar com gráficos e fórmulas sobre receitas, depesas, títulos negociáveis, impostos, etc., não é fácil visualizar a imaterialidade a seco de graus de notoriedade, valorizações comunicacionais, valorizações noticiosas e Relatórios de Retorno de Investimento que variam de empresa para empresa. Assim, é importante cruzar discursos e encontrar uma ponte que aproxime os profissionais de comunicação de outros técnicos com uma visão mais numérica do mundo.
- Reforçar os conhecimentos na área do marketing – actualmente, e por força do excesso mediático que nos rodeia, é fundamental incorporar na nossa actividade ferramentas que nos permitam ir mais longe na definição criativa de Planos Estratégicos de Comunicação. O factor surpresa, que se traduz em mais impacto mediático, requer novas linhas de pensamento que nos obrigam a procurar ideias e noções em disciplinas como o marketing (marketing creative mix?). Falar de marketing não é complicado (mesmo de uma forma mais ou menos vaga já o incorporamos no nosso trabalho diário). O complicado é traduzir algo criado por esta disciplina em algo que realmente valha a pena comunicar.
Só posso recomendar a todos os finalistas em Comunicação uma formação semelhante. Mesmo a todos aqueles que fugiram da Matemática como o Diabo foge da cruz.
sábado, 22 de setembro de 2007
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2 comentários:
Jorge, Parabéns pelo blog.
Em relação à formação, não posso concordar mais contigo.
Como sabes, há também algumas opções de continuar a formação na área específica das Relações Públicas como o Mestrado em Gestão Estratégica das Relações Públicas oferecido pela Escola Superior de Comunicação Social (esclarecimento: sou um docente dessa escola). Apesar de não trabalhar tanto a área da gestão (e dos números) trata de temas como as métricas do impacto das relações públicas e os modelos que podemos utilizar para provar o valor da nossa actividade.
De facto, é aí que reside o principal problema: o facto de não sermos capazes de provar o nosso valor em termos compreensíveis. Aqui fica uma sugestão básica que não requer conhecimentos complexos e técnicas de métricas complicadas: Concordar com o cliente quais os indicadores de sucesso do nosso trabalho antes de começar. A definição prévia de objectivos (com intenção, proporção e prazo) e a avaliação da medida em que eles foram cumpridos é a melhor forma de provar o nosso profissionalismo.
Olá João,
Agradeço as palavras dirigidas e fico contente por ler as tuas sempre interessantes e importantes participações.
Sem dúvida que a "medição" do impacto da nossa actividade constitui-se hoje como um dos grandes desafios do profissional de comunicação. Seria efectivamente importante encontrar uma espécie de modelo-único para nos auxiliar a provar a eficácia de uma área que, como a super-mediatização desta sociedade em que vivemos, é cada vez mais necessária. E a tua dica final é bem pertinente!
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