Gostaria de pedir desculpa pelo hiato de tempo entre este e o último post mas trabalho, exames e afins, impediram-me de aqui voltar mais cedo a este pequeno espaço. Situação que procurarei evitar no futuro, sabendo que quando este passar a presente, provavelmente acontecerá o mesmo…
Um colega de área, pediu-me para comentar as mais recentes novidades relativas à vacina contra o colo do útero e a sua introdução no Plano Nacional de Vacinação (PNV).
Sendo uma atitude meritória do nosso Governo, acho que o nosso Ministro da Saúde utilizou argumentos verdadeiramente idiotas pelo atraso na resolução. Citando o mesmo nas notícias publicadas, a decisão política sobre a vacina contra o vírus do útero só foi possível agora “porque o primeiro estudo «completamente independente» surgiu há três meses”. Ao utilizar este tipo de argumentação, Correia de Campos acaba por:
- Colocar no lixo um conjunto de mais de uma vintena estudos médico-científicos realizados na última década por especialistas internacionais sobre a eficácia da vacina;
- Subtilmente referir que, qualquer estudo patrocinado por empresas farmacêuticas tem pouca credibilidade (mesmo que os mesmos sejam avaliados por comités internacionais autónomos e controlados exaustivamente);
- Questionar a competência de governos como o Francês, Australiano, Alemão, etc. que aprovaram a comparticipação e/ou integração da vacina pouco tempo após a sua chegada ao mercado, tendo por base os resultados dos estudos científicos previamente realizados.
A grande verdade é que o nosso Governo sempre esteve à espera da chegada da segunda vacina ao nosso país para assim poder lançar um concurso público e ver qual das companhias, Sanofi ou Glaxo, poderá baixar mais o preço. No fundo, e por mais desculpas esfarrapadas que se encontrem, continua a ser tudo uma questão de dinheiro ou, neste caso, falta dele.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Achas mesmo que vacinar gratuitamente todas as miúdas de 12 anos era uma das prioridades de saúde para o nosso país?
E ainda por cima vaciná-las OBRIGATORIAMENTE, com a introdução da vacina no PNS?
Com o dinheiro que iremos pagar por esta medida não teriamos conseguido melhores "negócios" para a saúde dos portugueses?
AG
Quando se trata de, potencialmente, erradicar uma doença mortal, não acho que haja melhor negócio para a Saúde dos portugueses.
Esta vacina devia ser obrigatória, como acontece com grande parte dos países desenvolvidos. E protelar uma decisao com verdadeiras implicações para a redução da mortalidade do cancro na mulher portuguesa por questões financeiras mostra a verdadeira realidade de um país como o nosso.
Enviar um comentário