Gostaria de pedir desculpa pelo hiato de tempo entre este e o último post mas trabalho, exames e afins, impediram-me de aqui voltar mais cedo a este pequeno espaço. Situação que procurarei evitar no futuro, sabendo que quando este passar a presente, provavelmente acontecerá o mesmo…
Um colega de área, pediu-me para comentar as mais recentes novidades relativas à vacina contra o colo do útero e a sua introdução no Plano Nacional de Vacinação (PNV).
Sendo uma atitude meritória do nosso Governo, acho que o nosso Ministro da Saúde utilizou argumentos verdadeiramente idiotas pelo atraso na resolução. Citando o mesmo nas notícias publicadas, a decisão política sobre a vacina contra o vírus do útero só foi possível agora “porque o primeiro estudo «completamente independente» surgiu há três meses”. Ao utilizar este tipo de argumentação, Correia de Campos acaba por:
- Colocar no lixo um conjunto de mais de uma vintena estudos médico-científicos realizados na última década por especialistas internacionais sobre a eficácia da vacina;
- Subtilmente referir que, qualquer estudo patrocinado por empresas farmacêuticas tem pouca credibilidade (mesmo que os mesmos sejam avaliados por comités internacionais autónomos e controlados exaustivamente);
- Questionar a competência de governos como o Francês, Australiano, Alemão, etc. que aprovaram a comparticipação e/ou integração da vacina pouco tempo após a sua chegada ao mercado, tendo por base os resultados dos estudos científicos previamente realizados.
A grande verdade é que o nosso Governo sempre esteve à espera da chegada da segunda vacina ao nosso país para assim poder lançar um concurso público e ver qual das companhias, Sanofi ou Glaxo, poderá baixar mais o preço. No fundo, e por mais desculpas esfarrapadas que se encontrem, continua a ser tudo uma questão de dinheiro ou, neste caso, falta dele.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
O sabor da nova geração
Ao longo dos últimos anos, tenho tido o prazer de assistir ao desenvolvimento profissional de um bom número de colaboradores. Como na vida, há de tudo um pouco. Rapaziada com grande capacidade estratégica e de escrita mas desconfortáveis no contacto com jornalistas e clientes. Jovens com grande capacidade de interacção humana mas com uma visão redutora da actividade que praticam, sem aproveitar todos os ângulos de abordagem de um determinado Plano. E depois, de quando em vez, surgem “Aqueles”.
“Aqueles” incorporam numa só personalidade todas as características acima referidas e mais algumas. Velocidade de raciocínio, capacidade de improvisação, aproveitamento das oportunidades, criação de ligações fortes com aqueles que os rodeiam, criatividade latente, profissionalismo precoce. Ao olhar para “Aqueles” sabemos uma coisa: mais cedo ou mais tarde o lugar onde trabalham é curto para as suas ambições. No fundo, “Aqueles”, espelham aquilo que fomos, que gostaríamos de ser ou uma mescla dos dois.
Curiosamente e para bem das Relações Públicas, têm surgido nos últimos tempos um cada vez maior número de “Aqueles”. Julgo que para tal em muito tem contribuído um reforço na qualidade do ensino (aqui fica uma particular palavra de apreço para a Escola Superior de Comunicação Social que conheço com alguma profundidade). Temos hoje uma nova geração de técnicos que, aproveitando uma mais robusta estrutura-base (proporcionada pela formação), aprende e desenvolve mais rapidamente. É claro que, se as características intrínsecas do indivíduo estiverem pouco “aprimoradas” (responsabilidade, humildade, etc.), alguns “Aqueles” correm o risco de passar a ser os “Quem?”
“Aqueles” incorporam numa só personalidade todas as características acima referidas e mais algumas. Velocidade de raciocínio, capacidade de improvisação, aproveitamento das oportunidades, criação de ligações fortes com aqueles que os rodeiam, criatividade latente, profissionalismo precoce. Ao olhar para “Aqueles” sabemos uma coisa: mais cedo ou mais tarde o lugar onde trabalham é curto para as suas ambições. No fundo, “Aqueles”, espelham aquilo que fomos, que gostaríamos de ser ou uma mescla dos dois.
Curiosamente e para bem das Relações Públicas, têm surgido nos últimos tempos um cada vez maior número de “Aqueles”. Julgo que para tal em muito tem contribuído um reforço na qualidade do ensino (aqui fica uma particular palavra de apreço para a Escola Superior de Comunicação Social que conheço com alguma profundidade). Temos hoje uma nova geração de técnicos que, aproveitando uma mais robusta estrutura-base (proporcionada pela formação), aprende e desenvolve mais rapidamente. É claro que, se as características intrínsecas do indivíduo estiverem pouco “aprimoradas” (responsabilidade, humildade, etc.), alguns “Aqueles” correm o risco de passar a ser os “Quem?”
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
A comunicação e a Indústria Farmacêutica
Como não tive possibilidade de colocar novo post apresentanto o meu convidado desta semana, aqui está ele, puro e duro. O seu autor, João Marta, é um homem que tem mais de 25 anos dedicados à Indústria Farmacêutica, tendo passado pelo Marketing antes de se dedicar à área da Comunicação. Aqui fica o seu testemunho, para ler e reflectir.
Na semana passada atendi uma chamada telefónica de um amigo a convidar-me para pertencer à maior comunidade virtual “blogosfera”.
Aceitei o desafio e vou iniciar-me como participante esperando contribuir para um debate sério nesta área.
A ligação à Indústria Farmacêutica aconteceu há alguns anos e os mistérios que estavam e estão associados à proibição de comunicar as vantagens das terapêuticas aos consumidores nunca foram bem compreendidos. Sempre lutei e lutarei para que a informação seja uma mais valia para todos os públicos, embora com mensagens distintas.
A necessidade de obter bons resultados na zona onde trabalhava estavam associados à mensagem, à forma como era transmitida aos interlocutores e como depois chegava aos doentes.
A minha questão foi sempre de âmbito geral: como é que um médico que visitado por 3 ou mais DIM por dia pode avaliar as vantagens reais de cada terapêutica?
Este tema reflecte o nosso desafio (objectivo) porque queremos e devemos comunicar com os consumidores e todos os dias somos confrontados, neste sector, com regras punitivas. Lutamos por uma sociedade culta que entenda qual é a génese de um princípio activo, que a investigação leva cerca de 15 anos a desenvolver. Chega ao mercado depois de superar todas as barreiras de eficácia qualidade e de segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Como pode um marketeer responsável pelo produto ambicionar obter bons resultados quando lança um produto, que implica um reconhecimento da comunidade científica e uma boa adesão á terapêutica do doente, quando esse consumidor final a família e os amigos não conhecem as vantagens desse medicamento que o médico o aconselhou (obrigou) a usar durante um período de tempo?
O médico deve explicar ao seu doente os benefícios que vai obter no final desse tratamento e motivar para que cumpra escrupulosamente a posologia.
Mas será que o doente entendeu a mensagem? Se a mensagem não é transmitida com clareza os objectivos não serão atingidos. Conclusão o medicamento não é eficaz. A imagem da Indústria Farmacêutica fica diminuída. Vivemos diariamente este problema da falta de informação sobre os medicamentos, excepção feita ao apelo ao consumo dos genéricos porque são mais baratos
São os Jornalistas que escrevem sobre os efeitos secundários dos fármacos, são os consumidores que telefonam para as empresas que fabricam os produtos, mas aos farmacêuticos e aos médicos para esclarecer dúvidas.
As autoridades consideram toda e qualquer informação como publicidade incitando ao consumo por isso vivemos todos atormentados pelas coimas. Será que pensaram em disponibilizar um canal de informação 24 horas por dia para ajudar os consumidores a esclarecer dúvidas?
A comunicação desempenha um papel crucial porque educa informando os públicos das vantagens das terapêuticas, dos benefícios para a saúde e da melhoria da qualidade de vida, prevenindo gastos supérfluos de medicamentos.
Vamos continuar a nossa luta pela informação para todos, contribuindo para uma maior consciencialização do público sobre as vantagens que os medicamentos oferecem para a melhoria da qualidade de vida, contribuindo para o uso racional dos mesmos, prevenindo o desperdício.
João Marta, Consultor de Comunicação em Saúde
Na semana passada atendi uma chamada telefónica de um amigo a convidar-me para pertencer à maior comunidade virtual “blogosfera”.
Aceitei o desafio e vou iniciar-me como participante esperando contribuir para um debate sério nesta área.
A ligação à Indústria Farmacêutica aconteceu há alguns anos e os mistérios que estavam e estão associados à proibição de comunicar as vantagens das terapêuticas aos consumidores nunca foram bem compreendidos. Sempre lutei e lutarei para que a informação seja uma mais valia para todos os públicos, embora com mensagens distintas.
A necessidade de obter bons resultados na zona onde trabalhava estavam associados à mensagem, à forma como era transmitida aos interlocutores e como depois chegava aos doentes.
A minha questão foi sempre de âmbito geral: como é que um médico que visitado por 3 ou mais DIM por dia pode avaliar as vantagens reais de cada terapêutica?
Este tema reflecte o nosso desafio (objectivo) porque queremos e devemos comunicar com os consumidores e todos os dias somos confrontados, neste sector, com regras punitivas. Lutamos por uma sociedade culta que entenda qual é a génese de um princípio activo, que a investigação leva cerca de 15 anos a desenvolver. Chega ao mercado depois de superar todas as barreiras de eficácia qualidade e de segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Como pode um marketeer responsável pelo produto ambicionar obter bons resultados quando lança um produto, que implica um reconhecimento da comunidade científica e uma boa adesão á terapêutica do doente, quando esse consumidor final a família e os amigos não conhecem as vantagens desse medicamento que o médico o aconselhou (obrigou) a usar durante um período de tempo?
O médico deve explicar ao seu doente os benefícios que vai obter no final desse tratamento e motivar para que cumpra escrupulosamente a posologia.
Mas será que o doente entendeu a mensagem? Se a mensagem não é transmitida com clareza os objectivos não serão atingidos. Conclusão o medicamento não é eficaz. A imagem da Indústria Farmacêutica fica diminuída. Vivemos diariamente este problema da falta de informação sobre os medicamentos, excepção feita ao apelo ao consumo dos genéricos porque são mais baratos
São os Jornalistas que escrevem sobre os efeitos secundários dos fármacos, são os consumidores que telefonam para as empresas que fabricam os produtos, mas aos farmacêuticos e aos médicos para esclarecer dúvidas.
As autoridades consideram toda e qualquer informação como publicidade incitando ao consumo por isso vivemos todos atormentados pelas coimas. Será que pensaram em disponibilizar um canal de informação 24 horas por dia para ajudar os consumidores a esclarecer dúvidas?
A comunicação desempenha um papel crucial porque educa informando os públicos das vantagens das terapêuticas, dos benefícios para a saúde e da melhoria da qualidade de vida, prevenindo gastos supérfluos de medicamentos.
Vamos continuar a nossa luta pela informação para todos, contribuindo para uma maior consciencialização do público sobre as vantagens que os medicamentos oferecem para a melhoria da qualidade de vida, contribuindo para o uso racional dos mesmos, prevenindo o desperdício.
João Marta, Consultor de Comunicação em Saúde
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